Inverno da Alma

Posted by Felipe C. | Posted in , | Posted on 21:45

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"You was warned, and you wouldn't listen. Why didn't you listen?"

O grande vencedor do Festival Sundance de Cinema, e um dos filmes independentes mais elogiados do ano é "Inverno da Alma" (Winter's Bone, 2010, EUA), e não é para menos. Dirigido pela praticamente desconhecida Debra Granik, estrelado pela talentosa Jennifer Lawrence, além de contar com um elenco de atores pouco conhecidos (para alguns esse foi o primeiro longa de suas carreriras), a película mostra uma das faces pouco exploradas pelo cinema americano: a pobreza.
A estória se passa em uma cidade dos Montes Ozark, no estado americano do Missouri, onde Ree Dolly (Lawrence), de 17 anos, tem que cuidar de seus dois irmão mais novos, Sonny (Isaiah Stone) e Ashlee (Ashlee Thompson), e, também, de sua mãe mentalmente debilitada. Mora numa casa cainda aos pedaços, e frequentemente recebe ajuda de parentes, vizinhos e amigos para poder sustentar a si mesma e à sua família.
As coisas começam a piorar quando, um dia, o xerife da cidade aparece na casa da garota atrás do seu pai, que não mostra a cara para a família há um bom tempo. Este havia sido preso recentemente por tráfico de drogas, contudo lhe fora concedido o direito à fiança, com uma condição, deveria comparecer em juízo para prestar depoimento, sob pena de ter a sua fiança anulada e os bens para que esta fosse garantida confiscados. Entre os tais bens está a casa da família, traduzindo, caso o pai de Ree não compareça para prestar seu depoimento, a menina e o resto da sua família seriam expulsos de seu próprio lar.
É então que a menina começa a busca pelo pai desaparecido, com ajuda do, inicialmente relutante, tio Teardrop (John Hawkes), ela persegue personalidades do submundo das drogas, afim de conseguir alguma informação sobre o paradeiro de seu progenitor.
Busca essa, que se torna bastante pergiosa, a medida que a garota chega mais perto da verdade e desconsidera os inúmeros avisos para parar de desenterrar alguns ossos que deveriam permanecer na cova.
O filme é excelente, com destaque para as fortes atuações, em especial de Jennifer Lawrence (que deve receber uma indicação ao Oscar) e de John Hawkes. O roteiro é bem trabalhado também, desenvolvendo uma ótima trama a partir da simplicidade do script. As locações são maravilhosas, dando um ar mais sombrio para a produção.
É uma das pérolas do ano, que apesar de todas suas boas qualidades, possivelmente será esquecido na categoria principal do Oscar, o que é lamentável, já que é uma das grandes produções do cinema independente em 2011 (que já tem como favorito "Minhas Mães e Meu Pai".)
Confiram o trailer como mais um incentivo para assitir o filme:


A Rede Social

Posted by Felipe C. | Posted in , , | Posted on 17:21

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You don't get to 500 million friends without making a few enemies.

Será que alguém ainda acessa isso aqui?!



Com seis indicações ao Globo de Ouro, certamente um dos grandes nomes para o Oscar 2011, além de ter conquistado diversos prêmios em diversos festivais de cinema, A Rede Social (The Social Network, EUA, 2010) o mais novo filme de David Fincher (Se7en, Clube da Luta) tem se firmado entre a crítica como um dos melhores filmes do ano. Não há como negar que Fincher faz aqui um incrível trabalho, talvez seu melhor desde "Clube da Luta", uma produção muito bem feita, com um ótimo elenco, um desenrolar da história fantástico (o roteiro é um dos pontos mais fortes do filme), uma trilha sonora encantadora e efeitos técnicos impecáveis; uma película, que pelo conjunto da obra, não merece menos que um ótimo.
Apesar de todos os pontos positivos que mencionei, e vai parecer um pouco parodaxal, o filme não é essa "coca-cola" que tem sido pregada pela crítica e premiações, como, por exemplo, os cinco prêmios (de um total de cinco indicações) que o filme levou no Boston Society of Film Critics.
De uma forma geral o filme é excepcional, como já havia dito, porém, em certas particularidades, existem outros com maior potencial.
Só quero deixar claro que o filme faz juz sim a todos os prêmios ao qual foi indicado, só não faz juz a algumas vitórias observando-se a concorrência.
Como muitos devem saber, "A Rede Social" conta a conturbada história da criação do mais famoso e utilizado site de relacionamentos existente: o Facebook.
Tudo começa numa noite em Harvard, após levar um "pé-na-bunda" da namorda Erica Albright (Rooney Mara), Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) pega os perfis das universitárias e monta uma competição virtual, onde será escolhida a mais gostosa de Harvard. O servidor da universidade fica tão congestionado, devido aos acessos, que acaba caindo. O feito do jovem Zuckerberg, além de lhe proporcionar uma suspensão e uma quase expulsão, atrai os olhares dos irmãos Winklevoss (Armie Hammer). Afim de criar um site de relacionamento, eles propõem a Mark a sua ideia: uma webpage exclusiva para os estudantes de Harvard, onde os alunos pudessem se relacionar através da criação de perfis com compartilhamento de fotos, interesses, além de poder contar em tempo real as suas experiência e emoções na faculdade.
Com a genialidade de um geek e uma ótima ideia na cabeça, Zuckerberg parte para a criação do que, algum tempo depois, se tornaria o maior e mais conhecido site de relacionamento do mundo: o Facebook.
Contudo, Mark teve que enfrentar uma série de tramites na justiça, a começar pelos irmãos Winklevoss que o processaram por roubo de propriedade intelectual, uma vez que a ideia original do Facebook foi deles, e Zuckerberg praticamente se apropriou dela sem lhes dar o devido crédito. Outro processo que levou nas costas foi o que, seu então, melhor amigo, Eduardo Saverin (Andrew Garfield), lhe moveu, já que este também participou na criação e desenvolvimento da webpage, porém, no decorrer do crescimento do site, alguns desentendimentos foram motivos para colocar os amigos frente a frente em um tribunal.
O filme conta desde a criação do Facebook, passando pela expansão e culminando com final do julgamento. A história mistura a narração típica de filmes em terceira pessoa com partes narradas pelos personagens principais diante da Corte.
Outra participação que vale destacar é a de Justin Timberlake como Sean Parker, um dos fundadores do Napster, que também foi um dos responsáveis pela divulgação e popularização do Facebook em Stanford e  em parte da Califórnia, sendo também um dos pivôs da briga entre Zuckerberg e Saverin.
Como já mencionei, o filme é uma produção muito bem feita, tendo o roteiro e a trilha sonora (lindamente composta e conduzida, além de genialmente encaixada nos momentos certos da película, pelos poucos conhecidos Trent Reznor e Atticus Ross) como seus pontos altos. Aaron Sorkin soube aproveitar muito bem a obra de Mezrich, criando um roteiro que não deixa de lado o "nerdismo" dos personagens, ou seja, não os descaracterizando, porém não direciona o filme especificamente para o público geek, o conduz de uma maneira que, mesmo os menos familiares com esse mundo, possam entender o que está passando na tela sem muita dificuldade.
Um excelente roteiro aliado à direção segura e experiente de Fincher, conjuntamente com um elenco fantástico e uma equipe técnica eficiente, nos propiciaram um dos melhores filmes do ano, porém sem exageros como tem sido recebido pela crítica e festivais.
É provável que o filme leve a premiação principal tanto no Globo de Ouro como no Oscar, ou pelo menos na direção, já que Fincher é considerado um dos melhores cineastas da atualidade e talvez a Academia lhe conceda o prêmio mais pelo conjunto de suas obras do que pelo filme em si. Contudo, a minha torcida vai para outro filme, não é mesmo, Aronofsky?

Fica aqui o trailer, um dos melhores do ano:


Karate Kid

Posted by Felipe C. | Posted in | Posted on 21:35

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Everything... is Kung Fu.

Algum tempo atrás havia surgido um boato da regravação do filme oitentista "Karate Kid: A Hora da Verdade", vários fãs não gostaram da notícia, já que a grande parte dos remakes têm uma qualidade bastante inferior à do original.
O boato foi ganhando solidez, quando o nome de Will Smith foi confirmado como um dos produtores do filme e, algum tempo depois, seu filho, Jaden Smith ("À Procura da Felicidade" e "O Dia em que a Terra Parou" que, coincidentemente, também havia sido uma regravação), foi confirmado como o protagonista da película.
O desgosto dos antigos fãs aumentou quando foi anunciado que seria um "Kung Fu Kid" e não um "Karate Kid", houve até uma tentativa para mudar o nome, mas acabou prevalecendo o mesmo do da franquia encabeçada por Daniel-san e o Sr. Miyagi, mais para trazer os fãs do antigo e despertar um interesse maior nas pessoas e, consequentemente, gerar mais lucro.
Então, surgiram aqueles "engraçadinhos" sempre com o mesmo cometário sem-graça:
-É um filme de kung fu ou karate?
Ou algo do tipo.
Começaram a julgar o filme sem nem ao menos terem visto um trailer, um featurette, um making of, sem terem visto absolutamente NADA. (Estou vendo o mesmo acontecer com "X-Men : First Class", que o pessoal já está metendo pau só por causa da escalação dos personagens).
Quer falar mau, fala, mas primeiro, vai assistir o filme!
Após esse desabafo (;p), vamos à trama:
A ideia central do remake é praticamente a mesma do original, um garoto (Jaden Smith) que se muda, é vítima de bullying, só que o seu agressor sabe bater de verdade, não é um simples amador, e para conseguir se defender é treinado por um velhote (Jackie Chan) para quem ninguém dava nada.
A principal mudança é a troca de estilos, como já mencionei, do karate para o kung fu. Outra grande alteração é a locação, em vez do personagem principal se mudar de Nova Jersey para Califórnia, ele se muda dos EUA para a China, tendo que vivenciar uma cultura TOTALMENTE diferente com a qual estava acostumado.
Apesar de ser um filme longo e se enquadrar no gênero família, "Karate Kid" (Idem, 2010, EUA/China) é ótimo na função a qual se destina: o entreterimento.
As cenas de ação são maravilhosamente coreografadas e o filme passa o espírito, a "moral" do kung fu, uma arte marcial destinada ao equilíbrio do ser humano e não como uma "arma de briga".
No filme existem os típicos problemas do gênero como algumas falhas de roteiro, clichês, alguns personagens caricatos e etc. Entretanto, a dupla principal (Smith e Chan) nos presenteiam com ótimas atuações. Jackie Chan consegue equilibrar sua veia cômica com a dramática, porém pendendo exponencialmente à esta, e Jaden Smith tem o grande talento da atuação e o carisma herdados do pai.
Devido ao grande sucesso nos cinemas americano, o filme já tem uma continuação garantida. Espero que não estraguem a história só para poder ganhar alguma graninha extra.
Se você quer uma maneira para passar o tempo, assistir "Karate Kid" é uma ótima opção, as cenas de luta vão te deixar sem fôlego (em especial as cenas do torneio no final do filme, sensacional!) e até agora não sei se aquele muleque realmente fez tudo aquilo ou se foram dublês CGI ou alguma coisa assim, se ele conseguiu mesmo fazer essa abertura total... sem comentários! :P



The Big C - 01x01 (Pilot)

Posted by Felipe C. | Posted in , | Posted on 19:51

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É inquestionável que a TV fechada dos EUA transmite seriados de qualidade bem superior aos da TV aberta (com raras exceções). A Showtime é um bom exemplo. Responsável por grandes sucessos como Dexter, Weeds, Californication, United States of Tara, The Tudors e Nurse Jackie, agora nos trás uma nova série que promete ser o mais novo sucesso do canal: The Big C.
Estrelado por uma das atrizes mais talentosas de Hollywood hoje, e que eu, particularmente, admiro muito: Laura Linney.
A trama lida com uma mãe do subúrbio (acho que a Showtime tem uma "tara" por locações em subúrbios) que após ser diagnosticada com câncer procura mudar o jeito de viver, encontrar alguma graça no meio da tragédia que vivem as pessoas que têm que lidar com a doença.
No episódio "Piloto" da série, nos deparamos com uma Cathy Jamison (Linney) ainda mergulhada na vida que sempre levou: uma pessoa sistematicamente chata, uma esposa chata, uma mãe chata, uma professora chata, uma irmã chata, uma vizinha chata. Passando por crise no seu relacionamento com o marido Paul Jamison (o excelente Oliver Platt), por dificuldades na criação do filho adolescente (Gabriel Basso) e até com problemas de relacionamento com  uma vizinha nenhum pouco amigável e com seus alunos, pauso aqui para realçar um diálogo antológico, já nesse primeiro episódio, protagonizado por Linney e por Gabourey Sidibe (a Precious de "Precious"): "You can't be fat and mean, Andrea".
Ao descobrir sobre sua doença, mas sem contar para ninguém, começa a refletir sobre a sua vida, sobre as atitudes que tem tomado, sobre cada momento, sobre cada segundo. Após uma conversa com seu irmão Sean (John Benjamin Hickey) e seu médico Dr. Todd Miller (Reid Scott) começa a se reestruturar, fazer cada minuto que lhe resta valher a pena, para que seja lembrada, para que deixe uma marca positiva na vida das pessoas pelas quais passou. E começa a receber "respostas" com certas atitudes, digamos, postivas que toma.
Esse primeiro episódio foi excelente, com ótimas doses de humor e uma pitada de drama. As atuações são soberbas, destacando, obviamente, Laura e Oliver. Acho que veremos esses nomes fácil fácil no Globo De Ouro e no próximo EMMY.
A transformação de Cathy já começa nesse primeiro episódio, mas tenho impressão que ela deve ter algumas recaídas nos próximos. A atitude que ela toma com o filho, já nos minutos finais, fez minha barriga doer de tanto rir.
Uma coisa que observei também, é que essa trama não dá espaço pra muitos episódios, meu único medo é que a Showtime prolongue demais o seriado e acabe perdendo o foco, como aconteceu e acontece com várias séries de tv.
Fora isso, o piloto trouxe uma ótima primeira impressão. Quem gosta de comédias e boas atuações, "The Big C" é um prato cheio.




Breaking Bad - 2ª Temporada

Posted by Felipe C. | Posted in , | Posted on 18:59

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"So do you have a plan? Yeah, Mr. White! Yeah, science!"

'CONTÉM SPOILERS'

Essa nova temporada começa de onde a última terminou, quando Tuco rapta o Sr. White e Jesse. Ele os leva para o seu esconderijo, onde cuida do seu tio, que vive montado em uma cadeira de rodas, e se comunica exclusivamente através de um tipo de campanhia.
O que acontece nos minutos seguintes faz o sangue do espctador gelar e ficar tão apreensivo quanto os dois neo-traficantes.
Essa segunda temporada é bem mais intensa do que a primeira, nesta estávamos sendo apresentados ao mundo de Walter, aos seus problemas pessoais e nos adentrávamos, aos poucos, no submundo do tráfico de drogas pelas ruas de Albuquerque. Já na season two, mais íntimos do mundo de Walter e Jesse, nos aprofundamos na questão que dá alma ao seriado, a produção e o tráfico de metanfetamina.
Episódios excelentes que não pecam pela falta de qualidade, para falar a verdade, nem sei se pecam em algum ponto. Tem um ou outro que não são empolgantes, mas não perdem a sua excelência.
Walter e Jesse agora precisam de um método para vender seu produto sem recorrer a terceiros, como já tinham testado nas duas vezes anterior e sem sucesso algum em ambas.
Walter continua a cozinhar normalmente, e Jesse pede a ajuda de alguns companheiros seus para lidar com o tráfico. Infelizmente as coisas começam a desandar quando a blue meth (a metanfetamina produzida por Walter) se torna bastante popular e os inexperientes traficantes começam a sofrer roubos e ameaças.
Paralelamente, Skyler fica extremamente desconfiada dos repentinos desaparecimentos de Walter e começa a investigar sua vida. Suspeita que ele esteja mantendo um caso com uma velha "conhecida" que supostamente o ajudara com o seu tratatamento com o câncer, Gretchen. Porém descobre que o buraco é bem mais embaixo.
Na primeira temporada, Walt começa a quimeoterapia ficando careca no penúltimo episódio (uma das marcas registradas de Walter White e, pelo menos eu, não consigo mais imaginá-lo com cabelo), nessa temporada os resultados começam a surtir efeito e o seu tumor tem uma melhora exponencial, o que faz o protagonista questionar se deve continuar ou não no seu novo empreendimento. O caso é que alguns eventos futuros (relacionados com o parágrafo anterior) fazem com que Sr. White não pare os negócios.
Nessa temporada temos a introdução do advogado pilantra, Saul Goodman, que é quem vai auxiliar os negócios de Walt e Jesse. Sua participação na segunda temporada não é muito grande, mas na seguinte deve aumentar (eu ainda não vi a terceira, mas pelo desenrolar da trama creio que ele deve aparecer mais).
Após decidir não parar com a produção de meth, Walt consegue encontrar, com ajuda de Goodman, um grande distribuidor da droga, garantindo uma boa grana nas mãos de "Heisenberg" (pseudônimo de Walter) e Jesse. Este começa então a se envolver mais profundamente no uso de drogas, acarretando consequências desastrosas.
O final da temporada deixa uma grande dúvida no ar, um grande mistério que, obviamente, não vou contar aqui.
Mais intensa do que a primeira, esta segunda temporada ajudou a solidificar o nome da série ,arrecadando mais fãs e, também, um maior número de premiações, como 02 EMMYs dentre as 05 indicações.



Weeds - 1ª Temporada

Posted by Felipe C. | Posted in , | Posted on 14:02

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"Putting the herb on the suburb."


Uma sitcom do canal por assinatura americano Showtime me fez ficar sentadado durante as quase 5 horas de duração de sua primeira temporada, e tenho uma palavra para descrever "Weeds": Fantástico!
Nancy Botwin (a maravilhosa, sensacional e belíssima Mary-Louise Parker) ficou viúva há pouco tempo, mora em Agrestic, um subúrbio da cidade de Majestic na Califórnia, e para poder manter a sua vida começa a vender maconha (weeds no título da série) para seus vizinhos e outro pessoal da região, tentando manter tudo escondidos de seus dois filhos, Silas (Hunter Parrish) e o problemático Shane (o ótimo Alexander Gould) e da empregada latina Lupita (Renne Victor) que é praticamente da família.
Apesar de ser traficante, Nancy não planta a erva, compra de Heylia James (a hilária Tonye Patano) uma produtora local que mora junto com a filha e o sobrinho Conrad Shepard (Romany Malco) que tem uma quedinha por Nancy.
Na história temos também Celia Hodes (interpretada pela hilária Elizabeth Perkins) uma mãe um pouco ríspida com sua filha, que quer que a menina emagreça a qualquer custo, para não ter que enfrentar os preconceitos que as meninas obesas (principalmente as adolescentes) sofrem, tudo isso reflexo do mesmo tratamento que recebeu de sua mãe. É, também, a chefe do conselho da cidade.
Descobriu algo que praticamente todos do bairro sabiam, inclusive suas filhas Quinn (Halley Hudson) e Isabelle (Allie Grant), seu marido, Dean Hodes (Andy Milder), estava tendo um caso; para completar, Celia também descobre que tem câncer nos seios e começa a fazer o tratamento. Sua vida dá uma completa reviravolta, começa a ver as coisas de um outro ângulo, porém não é certo se ela continuará a ser essa "nova" pessoa.
 No 4º episódio da série, nos é apresentado mais um personagem, Andy (Justin Kirk), o irmão de Judah (o marido morto de Nancy), que acaba de retornar de uma estadia no Alasca. Apesar de sua personalidade infantil e irresponsável, Nancy aceita que ele more em sua casa, mais pelo fato de tê-lo como uma figura paterna para seus filhos e também para ter alguém que lide com eles enquanto ela está fora para "negócios".
Outro personagem que também merece destaque é Shane Botwin, filho mais nova de Nancy e Judah, que após a morte do pai, começa apresentar problemas de relacionamento, e me atrevo a dizer, um grau leve de sociopatia. As cenas mais engraçadas da temporada, em geral, tem a participação do garoto.

A primeira temporada é mais centrada no início e na expansão dos negócios de Nancy Botwin, vai aprendendo a lidar com os ossos do ofício e vai recrutando aliados e também alguns inimigos. Passa por inúmeras dificuldades, mas a o final da temporada parece que vai estabelecer firmemente o seu negócio, após uma ideia que Conrad lhe apresentou.
A abertura de "Weeds" tem como tema a música "Little Boxes", canção escrita por Malvina Reynolds, que faz alusão ao descontrolado crescimento dos subúrbios americanos, além da conformidade e da mesmice presente na vida da classe média americana, principalmente durante os anos 60. Há a comparação das casas desses locais à caixas, todas iguais, feitas de ticky-tacky (um tipo de material com o qual essas casas eram construídas). No caso de Weeds cai muito bem, pois o subúrbio onde Nancy mora é referência para a canção.
A série é recheada de ótimas atuações, mas acho que quem merece destaque é a linda e super-talentosa Mary-Louise Parker, que levou o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Série de Comédia nessa primeira temporada. Elizabeth Perkins e Alexandre Gould também estão ótimos, desempenhando fantasticamente os seus papéis, 80% das cenas mais hilárias do seriado tem a presença de algum desses três.
Se você está a procura de uma boa dose de risadas, eu recomendo que assista essa série. Com menos de 30 minutos por episódio é diversão na certa.


Breaking Bad - 1ª Temporada

Posted by Felipe C. | Posted in , | Posted on 18:56

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"The end justifies the extremes"

O canal americano por assinatura AMC, incialmente, exibia apenas filmes em sua programação. Essa situação só foi mudar radicalmente quando, em 2007, estreiou a, que se tornaria premiadíssima, série "Mad Men" um programa original que, por enquanto, ganhou 4 Globos de Ouro e 9 EMMYs e diversos outros prêmios. Vendo o grande sucesso de um programa original, no ano seguinte a emissora lançou "Breaking Bad" criada por um dos produtores de "The X-Files", Vince Gilligan, nos tráz uma excelente produção estrelada por Bryan Cranston e Aaron Paul.
Nas primeiras cenas do seriado, vemos um homem dirigindo um trailer, usa apenas cueca e uma máscara de gás, ao seu lado está uma outra pessoa inconsciente (ou seria morta?) e coberta de sangue, nos fundos do  trailer dois corpos. O homem acidentalmente sai da estrada principal, no meio do deserto e bate com o veículo no meio de arbustos, desce do trailer, tira a máscara de gás. É possivel ouvir o barulho de sirene sque soam cada vez mais próximo. Faz uma rápida filmagem se desculpando com seus familiares, pega uma pistola e volta para a estrada principal, aponta a arma em direção ao som que está cada vez mais próximo e então começa o flashback.
Walter H. White (perpetuado pela assombrosa atuação de Bryan Cranston) é um cidadão comum da cidade de Albuquerque no Novo México, trabalha como professor de química numa escola local, é casado com Skyler White (Anna Gunn) uma bela mulher e um pouco sistemática, e tem um filho, Walter Junior (RJ Mitte), que foi acometido de parilisia cerebral durante o seu parto e por esse motivo tem dificuldade para andar e falar.
Porém sua vida é transformada radicalmente quando é diagnosticado com câncer de pulmão (apesar de não ser fumante) em estágio extremamente avançado, é informado que tem apenas alguns meses, no máximo uns anos, de vida. Walter, então, se vê numa situação delicada e extremamente acuado: ele é quem traz o sustento para a casa, já que sua esposa não trabalha, seu filho possui limitações delicadas devido à lesão de seu cérebro e logo descobriria que uma menininha estaria a caminho, que Skyler estava grávida.
Como garantir um futuro para sua família com tão pouco tempo de vida lhe restando, e ainda por cima sem uma profissão que lhe rendesse uma boa grana? Em breve uma resposta cairia sobre a sua cabeça.
O cunhado de Walter, Hank (Dean Norris), é um agente da DEA, a Força Administrativa de Narcóticos, que é, basicamente, um órgão da PF americana que lida com o tráfico de narcóticos. Em um dia, Walter se oferece para uma apreensão junto com Hank. Enquanto este e os outros policias se dirigem para a casa do suposto traficante, Walter permanece no carro. É então que ele vê uma pessoa fugindo pela janela do segundo andar, resolve seguí-lo e descobre se tratar de Jesse Pinkman (o hilário Aaron Paul), um de seus antigos alunos. Após uma confrontação direta, Walt descobre que Jesse vende metanfetamina, uma droga que tem a forma de cristal e que age diretamente no sistema nervoso central. Nesse momento ocorre o Breaking Bad, que nada mais é do que algo (nesse caso um alguém) que antes era correto e agora começa a desviar desse caminho. Walt vê na produção de metanfetamina a solução de seus problemas financeiros.
Propõe uma parceria a Jesse: Walt irá porduzir o cristal e Jesse irá vendê-lo. A princípio este não acredita que o velho "careta" irá conseguir produzir a droga, mas isso dura até ele experimentar uma amostra da primeira safra, e o resultado é o melhor possível: nunca foi feita uma meta mais pura naquela região.
Para produzir a droga sem chamar muita atenção, eles compram um trailer e dirigem até o meio deserto da região e lá começam a "cozinhar" o cristal.
Vendem aos poucos, de forma ainda tímida, pois temem os grandes traficantes, mas a ótima qualidade do "produto" acaba atraindo mais compradores e consequentemente mais inimigos. A situação se complica ainda mais quando os antigos compradores de Jesse vão atrás dele e de Walt, e  ambos têm que lidar delicadamente com a situação.
Não vou me prolongar muito mais para não estragar o resto da trama para quem ainda não viu, mas a primeira temporada é basicamente isso, Walt enfrentando seu problema de saúde, iniciando seu tratamento contra o câncer, tentando manter seu mais novo segredo longe de qualquer familiar e experimentando as dificuldades de se tornar um importante traficante nas ruas de Albuquerque.
Uma série bem original, com espisódios que te surpreendem, prendendo  cada vez mais a sua atenção. A primeira temporada é composta por 07 episódios e, de fato, não passa de uma um prólogo, onde conhecemos melhor o mundo pessoal de Walter White e a sua introdução ao mundo da produção e do tráfico de metanfetamina, todo o seu bônus e, principalmente, o ônus que essa atividade pode gerar.
Desde a 1ª temporada Bryan Cranston tem ganhado o EMMY de melhor ator por seu fenomenal trabalho desempenhado na série, desbancando ótimos atores como Hugh Laurie (Dr. House), Michael C. Hall (Dexter) e Jon Hamm (Don Drapper de Mad Men). Esse ano a série foi indicada na categoria de Melhor Série Dramática, Melhor Ator (Bryan Cranston), Melhor Ator Coadjuvante (Aaron Paul), Melhor Direção (Michelle Maxwell MacLaren pelo episódio "One Minute"), Melhor Edição de Câmera, Melhor Fotografia e Melhor Edição de Som.
Quanto ao que acontece após o homem apontar a sua arma em direção ao barulho das sirenes, você terá que assistir o episódio piloto até o fim para descobrir o que aconteceu e o que vai acontecer e, acredite, você vai querer assistir o próximo, e o próximo e o próximo episódio também. Simplesmente fantástico!

The Good Wife - 1ª Temporada

Posted by Felipe C. | Posted in , | Posted on 17:26

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"His scandal. Her story."

Uma das estreias da ultima temporada da CBS, "The Good Wife" é uma série jurídica que mostra a vida de Alicia Florrick (a excepcional Julianna Margulies) uma dona de casa, casada com um importante promotor de Chicago, que tem que voltar a exercer sua antiga profissão, a de advogada, após seu marido ter sido preso por um escândalo público: gastar o dinheiro do contribuinte com prostitutas.
Alicia, então, se vê sozinha tendo que se manter e sustentar seus dois filhos: Zach (Grahan Phillips) e Grace (Makenzie Vega), junatamente com sua sogra, a não tão boazinha Jackie Florrick (Mary Beth Peil). Com ajuda de um antigo colega da faculdade e também antigo amante e namorado, Alicia consegue um emprego numa renomada firma de advogados: Stern, Lockhart & Gardner. Seu "amigo" Will Gardner (Josh Charles) lhe arranja uma vaguinha como associada junior, disputando o seu cargo com um outro associado junior, Cary Agos (Matt Czuzhry), encaixado na empresa pela Diane Lockhart (a ótima Christine Baranski, também conhecida como Beverly Hofstadter em The Big Bang Theory) ambos irão passar por um período de experiência para depois ser decedido qual deles permancerá na advocacia.
Juntado-se ao grupo temos a investigadora particular Kalinda Sharma (muito bem interpretada por Archie Panjab) que está sempre ao lado de Alicia ajudando tanto nos casos da firma como com seus problemas pessoais, apesar de já ter trabalhado para seu marido e ter sido demitida pelo mesmo.
Do outro lado da moeda temos Peter Florrick (Chris Noth) que foi acusado pela promotoria de Count Cook, onde trabalhava posteriormente, de ter desviado dinheiro público para gastar com prostitutas de luxo. Após uma declaração em rede nacional dizendo que contratou sim os serviços de uma garota de programa, mas que não foi feito com dinheiro público, o promotor é preso e toda sua carreira desce por água abaixo.
A série então acompanha o dia-a-dia de Alicia tanto nos casos interessantes e diferentes que são apresentados em cada episódio, como no drama familiar que vive todos os dias, pois apesar de estar plenamente consciente de que foi traída, a protagonista não deseja se separar do marido, para manter uma "estabilidade" mesmo que só aparente em sua vida.
Alicia tem que lidar com os problemas típicos da idade de seus filhos, porém sem a presença de um pai para lhe dar apoio, esses problemas só se acentuam com certas humilhações que as crianças passam na escola devido a má fama recente do Sr. Florrick. Alicia recebe ajuda da sua sogra que apesar de estar ali com boas intenções é um pouco controladora.
Na sua vida profissional, Alicia também enfrenta alguns problemas ao se deparar com os diversos inimigos que seu marido fez durante toda a sua carreira, que tentam, de certa forma, descontar sua raiva e frustração naquela pobre advogada.
Porém, ao contrário do que vocês podem pensar, Alicia consegue, aos poucos, ir sucedendo em seus casos, se mostra uma grande advogada, uma mulher que descobre  a sua independência quando pensava que estava totalmente perdida.
Aí, então, reside mais um ponto abordado pelo drama. A protagonista começa a crescer profissionalmente enquanto seu marido vai se livrando das acusações que pesam sobre ele, aproximando, mesmo que a passos bem lentos, da vida que tinha antes, porém Alicia percebe que não precisa mais ser aquela mulher que vivia escondida na sombra do esposo, passa a "criar" a sua própria vida, uma vida independente. Vai apagando aquela imagem de mulher inocente e ingênua que passava nos primeiros episódios e construindo a personalidade de uma verdadeira advogada.
A trama, em suma, é essa. Temos alguns episódios excepcionais e outros que são bons; ela mantém o nível e ao se aproximar do sesaon finale cada episódio se torna extremamente interessante, com uma cena final de te deixar na expectativa para o segundo ano da série.
Existem tramas paralelas que se desenvolvem durantes os capítulos, como os casos amorosos de Kalinda e a sua possível bissexualidade, a dubiedade amorosa de Alicia, a luta de Peter para se livrar das acusações e promover novamente a sua candidatura a promotor (que tem uma equipe excelente trabalhando às suas costas), a participação do Sr. Stern, que é fundador da firma, mas por certos motivos explicados no decorrer da trama,  se afastou, e inúmeros casos que Alicia e demais advogados representam.
The Good Wife é uma série excepcional que merece ser conferida. Não é como as demais séries jurídicas dos EUA, tem um toque especial, uma originalidade que falta às outras, com raras exceções (como Damages).
Prova disso foram as suas indicações ao EMMY nas categorias de Melhor Série Dramática, Melhor Elenco, Melhor Atriz (Julianna Margulies), Melhor Atriz Coadjuvante (Christine Baranski e Archie Panjabi), Melhor Roteiro (Episódio Piloto), Melhor Ator Convidado (pelo ótimo papel desempenhado por Allan Cuming que é um dos responsáveis na empreitada de "reerguer" a carreira de Peter Florrick, e o não menos sensacional Dylan Baker que aparece em dois episódios da trama como suspeito de um assassinato) e Melhor Figurino. Ano passado Julianna Margulies foi premiada com o Globo de Ouro de Melhor Atriz por sua brilhante performance, derrotando atrizes consagradíssimas em seus papéis, como January Jones, Glenn Close e Kyra Sedgwick.
Se estiverem a procura de alguma série excelente para assistir, agora que Lost chegou ao fim ;P, naõ deixem de ver "The Good Wife"! #fikdik




A Vida dos Outros

Posted by Felipe C. | Posted in | Posted on 10:38

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"In einem System der Macht ist nichts privat"

 Nada passa despercebido pelos ouvidos da Agência Secreta da República Democrática Alemã, nem mesmo os seus segredos mas íntimos. Essa é trama central do filme "A Vida dos Outros" do então pouco conhecido diretor alemão Florian Henckel von Donnersmarck.
O ano é 1984, na Alemanha Oriental ninguém pode esconder seus segredos. Todas as potenciais ameaças são espiadas pela agência secreta da RDA, sem ao menos saber que a sua própria vida está sendo vivida por uma pessoa que lhe é totalmente estranha.
Nós acompanhamos o diretor de teatro Georg Dreyman (vivido por Sebastian Koch) que juntamente com sua namorada, a atriz Christa-Maria Sieland (um ótima trabalho entregue pela atriz Martina Gedeck), apresentam peças pelos tatros da Berlim Oriental. É considerado por muitos um dos maiores dramaturgos do país e até mesmo um cidadão modelo, uma vez que é um dos poucos que não contesta e nem se opõe, abertamente, ao regime totalitátio do lado leste da Alemanha.
Mesmo com essas vantagens, os ministro Bruno Hempf (Thomas Thieme) decide investigar a sua vida para saber se esconde algum segredo. Designa para tal missão Anton Grubitz (Ulrich Tukur) que por sua vez manda seu subordinado, Gerd Weisler (um dos últimos trabalhos do sensacional Ulrich Mühe), tomar conta do caso.
Escutas são instaladas por toda a casa do diretor. Sua vida é monitorada 24 horas por dia, os acontecimentos mais relevantes são datilografados em uma folha. O agente Weisler começa, então, a viver uma vida que não é a dele.
Ao analisarmos a película temos uma leve noção de como é a vida sob um regime opressivo. Algo que foi experinciado no leste europeu durante quase toda metade do final do século XX, no  Brasil durante o período da ditadura militar, na Venezuela de Hugo Chávez e em vários países da África, ainda hoje. São governos que "desconhecem" os direitos humanos e fazem tudo oque estiver ao seu alcance para se manter no poder.
No filme, o que fica mais evidente é a supressão da liberdade. Dreyman é vigiado o tempo todo. dia após dia, até mesmo a sua vida sexual é exposta nas anotações de Weisler. Cada movimento é percebido, cada fala é interpretada, sua liberdade é controlada, a fim de estabilizar uma ameaça que nem ao menos existe.
Outro ponto mostrado logo nos primeiro minutos de projeção é a tortura. Para descobrir informações que conviessem com a necessidade do governo, usavam da tortura, nesse caso, a privação do sono, para conseguir uma confissão.
Nos deparamos o tempo todo com chantagens, privações, agressões e viloações, condenando pessoas em prol de um governo autoritário que não media esforços para continuar a dirigir o país rumo ao "desenvolvimento", à "glória".
Gerd Weisler começa, aos poucos, a viver a sua própria vida, percebendo, assim, a falta de humanidade impressa em todo aquele esquema. Vai tentando consertar seus erros e devolver à normalidade a vida de Dreyman.
É um filme com um roteiro inteligente, fazendo com que nós, espectadores, nos sintamos tanto na pele de Gerog como na de Gerd, é a liberdade que está em jogo, os direito de cada cidadão da Alemanha Oriental naquele insípido outono de 1984.



Sin City - A Cidade do Pecado

Posted by Felipe C. | Posted in | Posted on 20:33

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"There is no justice without sin."

Um dos melhores filmes, se não for "O" melhor, da carreira de Robert Rodriguez. Baseado na HQ homônima de Frank Miller, Sin City (2005, EUA) é uma película diferente em vários aspectos, mas principalmente no visual. Não me recordo de nenhum filme anterior a este que apresente o seu inovador visual.

A estória se passa na fictícia cidade de Basin City (ou para os mais íntimos, BaSin City) situada no extremo noroeste dos Estados Unidos (em algum lugar na divisa de Seattle), uma cidade sem leis, sem escrúpulos, sem paz e recheada de pecados. No filme, são contadas quatro histórias paralelas. A primeira, e mais curta, The Customer is Always Right, na verdade é a única original. Desenvolvida pelo próprio Rodriguez, para convencer Miller a deixá-lo adaptar a sua obra, que estava meio relutante em comercializar os direitos de Sin City, após uma insucedida participação no cinema no roteiro de Robocop 2.
A segunda, The Yellow Bastard, tem uma pequena introdução, e rapidamente já é trocada pela terceira, The Hard Goodbye. Nesta é contada a história do brutamontes Marv (vivido por Mickey Rourke) que procura vingança após uma garota de programa, Goldie, por quem era apaixonado, ter sido assassinada na cama em que dormiam. Ele investiga a fundo para descobrir quem assassinou sua amada e qual o motivo, deparando-se com uma teia de corrupção, tecida por uma aranha chamada Roark. A família Roark é a mais poderosa de Basin City, são os comandantes da cidade, estão acima das poucas leis que governam o antro.
Na quarta história, The Big Fat Kill, somos apresentados a Dwight (mais um papel bem interpretado por Clive Owen) que é um dos poucos homens que não vai à Cidade Velha para contratar os serviços das garotas que vivem por lá. A Cidade Velha é uma zona, dentro de Basin City, do baixo meretrício e governada pelas próprias prostituas. Uma vez foi salvo pelas meninas e dedica sua vida a protegê-las, não que elas precisem de proteção já que estão sempre armadas.  Há muito tempo, foi firmado um tratado entre as prostitutas e os policiais onde elas não os atacariam e os tiras também não intefeririam em qualquer assunto que fosse relacionado à Cidade Velha. Porém um pequeno problema envolvendo Dwight, algumas das meninas e outras pessoas põem tudo isso em risco.
Por fim é retomada The Yellow Bastard, onde o único policial incorruptível de Sin City, Hartigan (Bruce Willis) é preso e torturado por ter quase matado o filho de Roark devido ao seu envolvimento com pedofília. Passaram-se dez anos, Nancy (a belíssima Jessica Alba), a menina que Hartigan salvou, já é uma mulher feita, e agora que foi solto, a moça, antes  escondida, foi descoberta e está sendo ameaçada. Cabe ao policial novamente salvar a vida de Nancy Callahan.

É um filme noir, extremamante dark, com eficientes narrações em off conduzidas pelos persangens principais de cada estória e, como já dito anteriormente, com um visual assombrante. Rodriguez convidou Frank Miller para ajudá-lo na direção, onde seria o responsável pelo visual que encontramos ao lermos a graphic novel, para isso teve que fazer sacrifícios, como abrir mão da sua vaga na Associação de Diretores da America que não admite a participação de um co-diretor nos filmes de seus associados. Quentin Tarantino também é creditado como diretor convidado: dirigiu uma cena, aquela onde Dwight leva um "colega" para um "passeio" e começa a ter alucinações.
Ele é quase integralmente filmado em preto e branco, tem apenas algumas cenas onde algo é colorido (um objeto, sangue, olhos, uma pessoa) afim de realçar um tipo de emoção no espectador, como por exemplo, após um massacre apenas o sangue no rosto do assassino é vermelho. Ou uma pessoa de uma cor diferente para imprimir a repulsa. E até mesmo em algumas cenas, o sangue que jorra da vítima não é vermelho. São detalhes transferidos com perfeição da HQ.
O filme inteiro foi filmado tendo como fundo o pano verde. O cenário foi acrescentado posteriormente com computação gráfica, foi um dos primeiros filmes a ser rodado com essa tecnologia. Por mais que tenha sido criado por computador, o cenário não parece nenhum um pouco artificial. É extremamente convincente. As atuações também são ótimas, além dos principais, os coadjuvantes também dão um show. No elenco ainda temos: Benicio Del Toro, Rosario Dawson, Michael Clarke Duncan, Carla Gugino, Jaime King, Elijah Wood e Brittany Murphy. São ótimos profissionais que entregam grandiosas atuações, não me vem a memória alguém que não tenha convencido por menor que tenha sido a sua exposição na tela, algo bem comum em Sin City, que é uma coletânea de histórias e, tirando os principais, nenhum personagem tem uma exposição na tela por mais de dez minutos. Rodriguez consegue fazer uma direção de atores digna de ovação.
Quanto ao roteiro... posso dizer que é a adaptação mais fiel feita na história. Foi filmado diretamenta da HQ, não foi escrito um roteiro prévio. Portanto as situações, falas e etc. foram todas retiradas da graphic novel, com exceção do primeiro segmento que já mencionei anteirormente. Até mesmo os personagens do filme e da HQ são fisicamente parecidos, o processo de caracterização foi muito bem trabalhado.

Em suma é um filme excelente e que vale muito a pena ser visto. Já está na minha lista de favoritos. Se tiverem a oportunidade não deixem de conferir.

Gladiador

Posted by Felipe C. | Posted in | Posted on 19:24

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"What we do in life echoes in eternity."


Eu nunca tinha assistido Gladiador (Gladiator, 2000, USA/UK) antes, nem daquelas vezes que anunciava na Globo tempos atrás. Esses dias, estava fuçando uns blogs por aí e acabei lendo que este é um dos filmes que, definitivamente, não merecia ganhar o Oscar. Já tinha ouvido vários comentários e lido diversos outros falando o mesmo. Resolvi então conferir com meus próprios olhos.

Ridley Scott nos conduz por uma estória extremamente fascinante. Maximus (o superestimado Russel Crowe) é o general das tropas romanas. Após sair vitorioso de uma guerra que travava contra a Germânia está na hora de receber o seu merecido descanso, reunir novamente com sua família e ficar algum tempo longe de morte e sangue. Porém antes que tudo isso podesse se concretizar, o césar Marco Aurélio (o já falecido Richard Harris) temente à morte por sua idade já avançada faz uma confissão ao general: que em breve irá anunciar o seu substituto e este não é nada mais e nada menos do que o próprio Maximus. O césar, obviamente, possui herdeiros, nesse caso dois, a sábia e ponderada Lucilla (a bela dinamarquesa Connie Nielsen) e o prepotente e arrogante Commodus (interpretado pelo excelente Joaquin Phoenix). Ele confia totalmente em sua filha e não vacilaria em entregar, se fosse possível, o seu cargo à ela. Porém o mesmo não acontece com Commodus, pois tem certeza que o filho afundaria Roma na perdição. Maximus é um homem correto e incorruptível, Marco Aurélio sempre o teve como a um filho e decide que é a mais sábia e correta decisão a ser tomada. O imperador de Roma após concretizar psicologicamente suas ideias resolve que um dos principais envolvidos, Commodus, deve tornar-se ciente do que está prestes a acontecer.
É então que temos o estopim de toda estória, o perverso princípe, sem pestanejar, mata seu pai ao descobrir que outro tomará o lugar que, hierarquicamente, deveria pertence-lo. Como Maximus não é nem um pouco estúpido, percebe a armação do novo césar e recusa a servi-lo como se fosse um. Sentindo-se ameaçado pelo general, Commodus ordena a execução do usurpado e de sua família. Maximus consegue fugir, porém, sua esposa e filho são mortos a sangue frio pelos soldados romanos. Totalmente arrasado e sem rumo, o general é recolhido por uma caravana e tomado como um escravo. É treinado para ser um gladiador e em pouco tempo torna-se bastante conhecido sob o pseudônimo de "Espanhol". Suas lutas vão ficando cada vez mais difíceis e importantes, até que chegue no Coliseu onde, finalmente, poderá novamente ver aquele que um dia destrui a sua vida.

"Gladiador" foi o segundo maior blockbuster de 2000 (a sua bilheteria só foi inferior ao Missão: Impossível 2). Possui ótimas atuações, excelente direção e um maravilhosos trabalho técnico (só para terem uma noção da grandiosidade do projeto, Ridley Scott mandou erguer uma réplica do Coliseu, em tamanho real, em pleno Marrocos).
A recriação do período histórico é bastante fiel, tudo no filme convence. Dentre os filmes que estavam concorrendo naquele ano, em sua totalidade, "Gladiador" era o melhor (acho que "Traffic" era o único que podesse lhe tirar o prêmio, mas mesmo assim não é melhor que "Gladiador"). As lutas são muito bem coreografadas, principalmente aquela onde travam contra os legionários de Scipio Africanus. Fantástica! As cenas com leões são não menos impressionates. Um verdadeiro blockbuster feito para conquistar as multidões, assim como os próprios espetáculos envolvendo os gladiadores, excitar e arrancar viva do povo é onde "Gladiador" cumpre o seu papel perfeitamente.

É um épico que deve ser conferido e mereceu sim o Oscar de Melhor Filme. Acho que dos 05 que ganhou, somente o de Melhor Ator não foi devido (Phoenix atuou com mais voracidade que o Crowe). É um clássico, cheio de ação e cenas caras, talvez seja por isso que muitos não o concideram bom o suficiente para ter levado o careca dourado. Enfim para os que não viram, estão perdendo tempo!

Como Treinar seu Dragão

Posted by Felipe C. | Posted in | Posted on 19:24

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"Everything we know about them is wrong."

 Devo confessar que tenho uma grande queda por animações, é um dos gêneros que mais gosto. Não importa se são aquelas bobinhas ou algumas mais elaboradas, sempre que posso eu assisto. Nessa última década (e várias dos anos 90) as animações tem melhorado sua qualidade exponencialmente. Dos anos 90 temos vários exemplos como A Bela e a Fera, Rei Leão, Aladdin, Toy Story 1 e 2. Na década seguinte a safra foi maravilhosa, com o fortalecimento da Pixar e a entrada da Dreamworks na indústria, tivemos algo parecido com uma "revolução das animações": São filmes que entreteem crianças, jovens e adultos. Ultimamante, esse tipo de filme vem passando mensagens que só são captadas por pessoas com um pouco mais de experiência de vida, fazendo com que os pais sintam vontade de ir ao cinema junto com os filhos. Como exemplo posso citar: Shrek, Procurando Nemo, Os Incríveis, Ratatouille, A Viagem de Chihiro, Kung Fu Panda, WALL-E, Up - Altas Aventuras, Madagascar, Coraline e o mais recente "Como Treinar seu Dragão" (How to Train your Dragon, 2010, EUA), produzido pela já mencionada Dreamworks.

Na história, acomapanhamos o jovem viking Soluço que mora na Ilha de Berg. Lá neva 9 meses e nos outros 3 cai uma geada daquelas, a comida não tem gosto de nada e tem um tipo de praga que não existe e nenhum outro local: dragões. Estes atacam constamente os animais dos bravios vikings, logo a caça aos bichões é uma das (se não for A) atividades mais praticadas pelos habitantes da ilha. Portanto o sonho de todo jovem é se tornar um poderoso caçador de dragões. E Soluço não foge à regra. Na verdade, a população da ilha deveria esperar um algo mais vindo do jovenzinho, já que ele é o filho do líder da tribo, o poderoso Stoico. Mas não é bem isso que acontece... Soluço é o "nerd" entre os futuros caçadores de dragões, não tem nenhum atributo físico que o ajude, é todo estabanado e sempre está construindo alguma geringonça e sempre trazendo problemas com elas. Tudo muda quando numa noite típica em que a tribo é atacada, Soluço acerta, com uma catapulta que criou, um dos dragões mais temidos, o Fúria da Noite. Ninguém parece acreditar que aquele garoto atrapalhado e franzino poderia ser capaz de acertar um dragão que nunca foi morto antes. No dia seguinte resolve procurar a fera, o encontra no meio da mata todo amarrado. A primeira coisa que passa na sua cabeça é matar a besta, se fizesse isso todos de sua cidade o respeitariam e seria o orgulho de seu pai, mas o seu coração não permite que ele cometa tal ato. Ao invés disso ele liberta o dragão. É a partir de então que começa uma amizade totalmente improvável.

O filme como um todo é magnífico, pode não ter um roteiro todo elaborado já que o público alvo são as crianças, mas é extremamente eficiente. A concepção do filme em 3-D é outro trunfo do longa, principalmente quando Soluço senta na garupa de Banguela (o dragão) e juntos voam pelo céu norte-europeu, foi uma sensação de imersão maior do que a de Avatar (é sério!). A fotografia é maravilhosa, o cenário nórdico contribui bastante. A trilha de John Powell é estupenda, suas músicas conseguem evocar sentimentos especificos nas cenas ao qual são inseridas. Certas partes são de encher os olhos de lágrimas, cenas tão bem feitas e que exprimem fortes emoções que é praticamente impossível não se sentir tocado. Ao chegar perto do final o filme tem uma leve recaída  em relação a qualidade (principalmente no roteiro), mas logo se recupera ao apresentar uma cena de embate entre dois dragões  estupenda e um final que poucos teriam culhões para fazer, se tratando de um filme infantil. As lições que a película passa também são extremamente relevantes: as incertezas que cercam a cabeça de crianças e jovens, a dificuldade que os pais tem para ouvir os filhos, a falta de diálogo entre estes, o bullying.

Outro ponto à se observar é quanto ao desenvolvimento dessa técnica de animação (feita em computador), os personagens apesar de terem feições caricatas apresentam detalhes extremamente realistas (observe o cabelo do Soluço, parece de verdade!), no que tange aos dragões essa realidade é ainda mais gritante, é possível ver a textura das escamas dos dragões e o seus olhos são muito vivos.

Já tenho "Como Treinar seu Dragão" como meu favorito do ano mesmo sem ter assistido a outras animações de 2010. Espero que seja esse a destronar a Pixar (longe de desmerecer seu trabalho, que não é menos magnífico, mas está na hora de darem chances para outros) de seus constantes prêmios. É um filme para marcar gerações assim como foi "O Rei Leão", "Toy Story" e "Shrek" e espero que seja reconhecido como tal. Para quem sentiu vontade de ver o filme (e para que não teve vontade nenhuma também) vou por o costumeiro trailer: