Prêmio Dardos

Posted by Felipe C. | Posted in | Posted on 19:50

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Recentemente, meu amigo Luca, responsável pelo blog Midnight Drive-In, me presenteou com o selo do Prêmio Dardos. Mas afinal, o que é o Prêmio Dardos? "O Prêmio Dardos é um reconhecimento dos valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras".

Mais uma vez obrigado pela agraciação, e aqui vão os meus indicados:

Sob a Minha Lente (Vinícius Silva)
Cinefilando (Vivi e Tiago)
Pós.Première (Elton Telles)
Let's talk 'bout nothin' (Alex Pizziolo)
Cinema, Livros e Séries (Guilherme Primo)

Aos que receberam os selos, aqui vão as instruções:
1. Exibir a imagem do selo no seu blog.
2. Linkar o blog pelo qual recebeu a indicação.
3. Escolher outros blogs para receber o selo.
4. Avisar os escolhidos.


Bravura Indômita

Posted by Felipe C. | Posted in , , , , , , | Posted on 11:06

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"There is nothing free in this world... except the grace of God."

Os Irmãos Coen são uns dos queridinhos da Academia, apesar de seus filmes não serem nada convencionais, pois costumeiramente têm uma pitada (em alguns casos uma quantidade BEM maior) de cinismo, ironia e humor negro.
Desde que ganharam o Oscar de Melhor Filme por "Onde os Fracos não têm Vez", todas as suas películas têm sido amplamente elogiadas, mesmo não sendo essa "Coca-Cola" toda, como foi o caso de "Queime Depois de Ler".
"Bravura Indômita" (True Grit, 2010, EUA) o mais novo filme da dupla, não se encaixa nas típicas películas ácidas dos irmãos, apesar de manter algumas das características de suas obras, como, por exemplo, a cadência lenta da sucessão de acontecimentos durante a trama, contudo não deixa de ser um excelente filme, nem de receber os elogios do público e crítica. Com 10 indicações ao Oscar (apesar de ter saído com as mãos vazias), esse, de fato, merece todo o burburinho que tem sido feito em sua homenagem. O melhor de Joel e Ethan Coen desde "Onde os Fracos não têm Vez"
Uma refilmagem do clássico homônimo de 1969 que rendeu a John Wayne o Oscar de Melhor Ator, que ao contrário deste, tem sua trama mais centrada na garota. Mattie Ross (Hailee Steinfeld) tem 14 anos e acabou de perder o pai pelas mãos de um pistoleiro chamado Tom Chaney (Josh Brolin). Tudo o que ela mais quer é vingança. Para ter seu desejo atendido, contrata um tipo de xerife local, o anti-herói beberrão e preguiçoso Reuben J. "Rooster" Cogburn (Jeff Bridges), (viu nele uma bravura indômita), para poder perseguir Chaney e por um fim na sua vida. Porém não é só Mattie que está atrás do fora-da-lei, o patrulheiro texano LaBoeuf (Matt Damon), tem seus próprios motivos para querer a cabeça de Chaney.
O trio, então, parte para o território indígena do estado do Arkansas, local para onde o pistoleiro, junto com outros membros de sua gangue, havia fugido. Nessa viagem irão acontecer eventos que mudarão para sempre a vida de nossos protagonistas.
Um ótimo filme graças ao talento dos Coen, mas especialmente pelas atuações de Hailee Steinfeld e Jeff Bridges. A menina é uma coisa inexplicável, as cenas de negociações são INCRÍVEIS, nunca vi nada parecido vindo de uma garota com tão pouca idade (nem nos casos de Abigail Breslin em "Pequena Miss Sunshine", ou Saoirse Ronan em "Desejo e Reparação", ou até mesmo Anna Paquin em "O Piano"). Só não acho que deveria receber o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo simples fato de não ser a coadjuvante da estória, Mattie é, sem dúvida alguma, a protagonista do filme, ela que conduz toda a trama e é nela que são focados os seus desenrolares.
Bridges está soberbo, logo no primeiro encontro com Steinfeld já consegue desmistificar a imagem convencional de um herói (que tipo herói tem uma conversa teoricamente importante enquanto está usando a latrina?) e, apesar de pouco aparecer, Matt Damon entrega uma ótima atuação. A fotografia de Roger Deakins é de encher os olhos, dando bastante espaço para que a paisagem local se destaque, mas sem cometer exageros. O figurino muito bem alocado, de Mary Zophres, conjuntamente com a direção de arte de Jess Gonchor e Nance Haigh, são os responsáveis pela convincente recriação do velho oeste americano do final do século XIX.
Um ponto que ficou a desejar foi a trilha sonora do filme. Composta por Carter Burwell (um dos responsáveis pela magnífica trilha de "Onde Vivem os Monstros"), é muito interessante se analisada à parte do filme, porém, durante a película as músicas pareciam ligeiramente deslocadas. Fico imaginando com seria se a trilha fosse composta por Ennio Morricone...
Os Coen entregam uma nova releitura da obra de Charles Portis, algo bem diferente do que foi visto no filme de Hathaway, algo inovador, principalmente para uma película de uma das duplas mais "alternativas" do cinema hollywoodiano. Volto a ressaltar as atuações e toda a parte artística e visual do filme, que são, de fato, de tirar o fôlego.
Apesar da falta de ação, por se tratar de western, o filme consegue ser um dos melhores do gênero, colocando-se, juntamente com "Os Indomáveis", como um dos melhores remakes de faroeste (ou até mesmo  apenas "melhores remakes") dos últimos anos. De fato, vale a pena!