Uma Prova de Amor

Posted by Felipe C. | Posted in | Posted on 14:08

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"Até que ponto você iria para salvar sua família?"

Imagine que você foi concebido para um fim específico, não foi um "acidente" como a maioria dos bebês, onde depois de uma noite regada à álcool, os pais esqueceram do preservativo ou a tabelinha acabou não dando certo, enfim vários motivos que levariam à uma fecundação totalmente inesperada. Anna Fitzgerald (a fabulosa Abigail Breslin) foi uma dessas crianças concebidas para um fim específico, no caso dela, salvar a vida de sua irmã Kate (Sofia Vassilieva, mais conhecida como Eloise, aquela mesmo da Sessão da Tarde, que não perde seu brilho mesmo estando ao lado de Abigail) que é portadora de leucemia e precisa de um doador de órgão urgentemente.

É assim que se inicia o filme, sendo narrado por Anna contando sobre sua tão peculiar situação. E logo no começo nos surpreende com uma decisão: Anna entra na justiça contra seus pais com um pedido de emancipação médica, ela decide que não quer fazer a doação do órgão (rim) que a irmã precisa.

Pode parecer uma situação revoltante para grande parte dos espectadores, se Anna ama verdairamente sua irmã por que ela não doaria seu rim? Ela prefere ver a irmã morrer a ter que fazer a doação? Quais são os pensamentos que passariam pela cabeça de Kate que sofre nas mãos de uma doença tão maléfica e ver a própria irmã se recusar a fazer a doação?

Agora, coloque-se no lugar de Anna, saber que você nasceu só para salvar uma pessoa, foi internada inúmeras vezes afim de realizar exames que não seriam necessários se não houvesse o câncer, ver a atenção de seus pais quase todas direcionadas para sua irmã enferma, ver alguns sonhos, que a maioria das meninas têm, se esvairem pois não poderia realizá-los se tivesse apenas um rim. Isso tudo sem Anna ter passado pela adolescência ainda (:P).

A história, basicamente, gira ao redor desse fato. Inicia-se a partir do momento em que os rins de Kate param de funcionar e a garota é internada no hospital. Ocorre intercalações entre o presente e o passado, mostrando desde a infância de Kate, quando descobrem sobre o câncer, a decisão sobre a concepção de Anna, problemas familiares (o irmão mais velho das meninas, Jesse (Evan Ellingson), sofre de défict de aprendizagem e é alguns dos problemas que são postos em segundo plano devido à enfermidade de Kate). Mostra também as dificuldades enfrentadas por esta, não se conformando com sua doença, com um turbilhão de emoções que se passam em seu coração e até com a paixão (cenas de grande beleza, com uma ótima atuação de Thomas Dekker). Acompanhamos também a jornada de Anna com seu advogado Campbell Alexander (Alec Baldwin), que ganha 91% dos seus casos, inclusive, saiu vitorioso num processo contra Deus (Oó), e seus pais que são representados por Sara Fitzgerald (Cameron Diaz), a mãe, que também é advogada.

Uma Prova de Amor (My Sister's Keeper, EUA, 2009) é um filme que carrega uma bela lição e não é apenas uma película que só tem como finalidade provocar um xororô. Uma história de amor, um amor familiar que ultrapassa qualquer barreira para que se possa alcançar a felicidade. Um filme contado por um alguém que sabe conduzir uma história, Nick Cassavetes (Diário de uma Paixão) que toca no coração de quem assiste.

Trailer:


Zumbilândia

Posted by Felipe C. | Posted in | Posted on 14:28

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"This place is so dead!"

Há tempos não assisto um filme de zumbis tão interessante e.... ENGRAÇADO. Zumbilândia (Zombieland, 2009, EUA) é o que podemos chamar de "reposta americana" ao divertidíssimo inglês "Todo Mundo Quase Morto". É um misto de terror com comédia, algo que podemos chamar de terrir, mas a segunda está mais presente do que a primeira e essa é a "graça" do filme.

Estrelado por Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Emma Stone e Abigail Breslin (o resto do elenco é, basicamente, composto por zumbis) e dirigido esplendorosamente pelo novato Ruben Fleischer. Somos, inicialmente, introduzidos àquele clicherioso universo zumbi: O mundo foi contaminado por um vírus desconhecido fazendo com que grande parte da população acabasse por se tornar um daqueles montros patéticos, e os que não se transformaram, foram comidos.
Um dos poucos sobreviventes, Columbus (o engraçadíssimo Jesse Eisenberg) conseguiu escapar da morte graças às 31 regras que compôs para evitar que os zubis o pegassem. Columbus é o verdadeiro geek com tendências nerds: viciado em computador, não tem uma vida social, nunca saiu com uma garota, cheio de fobias e disturbios, morre de medo de palhaços e pra piorar um pouco a situação, seus pais também têm grande problemas sociais. Ele vaga só, de cidade em cidade, fugindo das criaturas e lutando para se manter vivo e para isso segue, religiosamente, suas 31 regras.
Depois de tanto tempo sem ver uma pessoa normal (ele, do fundo da sua alma, gostaria de ser alguém social mas, infelizmente, não consegue achar ninguém) resolve ir para uma cidade chamada Colombus (sim, é o mesmo nome do personagem. Na verdade nenhum dos personagens é apresentado pelo seu nome verdadeiro, mas sim por nome de cidades) quando encontra o valentão Tallahassee (vivido pelo hilário Woody Harrelson) que está rumando nada mais nada menos que para, advinhe onde....?, SIM, ele está indo para capital da Flórida, Tallahassee.
No começo, o valentão não gosta muito de sua companhia peculiar, mas logo eles se tornam bastante íntimos, uma vez que, é melhor a estar acompanhado de humanos do que de zumbis. Então eles seguem o caminho fugindo e matando zumbis, o passatempo favorito de Talahassee (que não deixou de ser um "Assassino por Natureza"). Tudo vai de vento em poupa até encontrarem as irmãs Wichita (a gatíssima Emma Stone) e Little Rock (a super-talentosa Abgail Breslin) e vou parar por aqui para não estragar (mais ainda) a história.

O que tenho para dizer é que esse filme é espetacularmente espetacular. Com excelentes atuações e um humor nem um pouco forçada e bastante natural. Se procura um terror, talvez você se decepcione, mas nunca terá tantos motivos para rir. Ultimamente, nessa área, até o mestre George Romero tem feito uns filmes meio brochantes. Esse veio para resgatar o gênero e um sério candidato à filme cult. Outra coisa super maneira do filme é a ponta que o Bill Murray faz, sempre muito engraçado nem que seja por menos de 5 minutos na tela. Portanto pessoal, se tiverem oportunidade de assistir essa ótima obra-prima, agarre com todas as forças, pois nunca se sabe quando o nosso mundo será tomado pelos zumbis.

Trailer fodão:

Dogville

Posted by Felipe C. | Posted in | Posted on 09:23

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Meu primeiro post não-informativo do Linguagem Cultural será sobre uma das melhores (se não A MELHOR) atuação de Nicole Kidman que se da no explendoroso Dogville (Idem, 2003, Suécia e EUA) o primeiro filme de uma triologia ("USA - Land of Opportunities" ou no bom português "EUA - Terra das Oportunidades" ) o segundo é Manderlay (2005) e o terceiro, Washington que ainda não saiu do papel.

A história gira em torno de Grace Margaret Mulligan (Nicole), uma jovem moça que ao aparecer em Dogville fugindo de perigosos gagsters que querem a sua cabeça, acaba com tudo de pacato e rotineiro que havia no minúsculo vilarejo.

Dogville é um pequeno povoado localizado no fim de uma estrada que leva atá As Montanhas Rochosas nos EUA. Sua população é composta por um pouco mais do que vinte pessoas (21 para ser mais exato) e não vivem uma vida luxuosa e confortável. Conseguem se manter com a venda de produtos primários que é frequentemente levado para cidade pelo fretista Ben (Zeljko Ivanek) (o único na cidade a possuir um carro). Thomas Edison Jr. (Paul Bettany) um dos moradores do lugar e, juntamente com Grace, personagem principal da trama, é um escritor e durante uma certa noite se depara com uma bela e misteriosa moça que chega ao vilarejo, afobada e transpirando pânico. Ela foge de perigosos gangsters e ao chegar em Dogville encontra-se encurralada e sem saída, uma vez que além de Dogville encontram-se as intransponíveis Montanhas Rochosas. Não pode voltar, pois os malvadões estão na sua cola. A única opção que lhe resta é confiar naquele estranho que vaga pelo vilarejo. Tom concorda em ajuda-la, acobertando-a enquanto ela se esconde nas minas da cidade. No dia seguinte todos os moradores de Dogville se reunem na paróquia para decidir sobre a permanência ou não de Grace no vilarejo. Apesar de desconfiados e após um discurço do apaixonado Tom, os moradores decidem pela sua permanência, mas em troca ela terá que prestar favores braçais para a comunidade.

Nos primeiros dias de Grace os habitantes alegam que não necessitam de sua ajuda, uma vez que era uma comunidade auto-suficiente e indepediam de qualquer trabalho braçal vindo de terceiros. Com o passar das semanas, a perseguição à senhorita Mulligan se intensifica. Policias aparecem com mais frequencia e oferecem uma agradável quantia de dinheiro a quem delatar a localização da foragida. De uma perseguição de gangsters à uma foragida da lei ,é assim que fica a situação da pobre moça. Isso faz com que o vilarejo ponha em pauta a sua permanência em Dogville. É então que Grace começa a passar por situações inumanas para garantir a sua proteção.

"Dogville" é relatada em 10 partes, um prólogo e 9 capítulos. Lars von Trier consegue fazer desse filme, de quase 3 horas, algo estupendo. Uma crítica claramente perceptível à hipocrisia humana, em especial à da Terra do Tio Sam. O nome é outro grande trunfo do filme, Vila dos Cães, pois ao se alimentarem da fragilidade e submissão forçada à qual Grace é submetida, os vilões (pessoas que vivem em vilas, ou não...) agem como cachorros primitivos, movidos pelos seus impulsos animalescos, sem um pingo de humanidade, dó ou compaixão. O próprio Tom acabaria por se mostrar um grande covarde. Nem as crianças livram-se da acusação, usam várias artimanhas para subornar e submeter a pobre Grace. Trier consegue, de modo explendoroso, corromper todas as almas em cena, sem excessão.

Uma coisa que, desde a abertura da película, chama a atenção é o cenário, ou melhor, a falta de um. Em cena, observamos apenas as personagens, e alguns parcos móveis espalhados. O que define cada locação são alguns quadriláteros rabiscados no chão, delimitando, então, os imóveis. Há a presença de arbustos e atalhos, mas todos, igualmente desenhados no chão. Foi influenciado por um movimento cinematográfico chamado Dogma 95 que teve como um de seus precursores o próprio Lars von Trier e que defende o não uso de qualquer tipo de tecnologia na produção de um filme (com excessão à edição e uso de câmeras, mas mesmo estes possuem fortes restrições). Só não integra totalmente o movimento por fazer uso da iluminação artificial e algumas peças do cenário que eram proibidos pelo Dogma 95.

O filme foi gravado num estúdio da Suécia e tem uma forte presença teatral na sua composição.


Nicole Kidman nos da uma EXCEPCIONAL performance. É algo equiparável a sua atuação em "As Horas" onde nos assombrou com uma sombria (enfase ao sombria) Virginia Woolf. A sua indiferença aos maltratos sofridos, levando o controle de suas emoções ao extremo é uma coisa de louco. O espectador fica abismado com as atrocidades cometidas contra Grace, mas Nicole mostra um controle absoluto. Até quando chega ao ponto de não aguentar mais e deixar que suas lágrimas lavarem aquele rosto sofrido sua atuação é impecável. No final vemos uma troca de personalidade instigante e apavorante. Ok, ok, chega de spoilers.

Em 2003 "Dogville" concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes, mas acabou perdendo para o não menos ótimo "Elefante" de Gus Van Sant. É fato que o filme foi esnobado por várias premiações americanas (inclusive pela Academia) já que, pelo menos, Nicole e Paul Bettany mereciam indicações, sem contar o roteiro explendoroso que nos foi apresentado. Vale a pena (e como vale) dar uma espiada nesse filme, algo que não irá te decepcionar, é o grandioso e ousado final preparado por Trier. Um filme que chocou os americanos por criticar a sua tão perfeita sociedade é digno de ser visto. Você pode estar vivendo numa Dogville nesse momento.

Trailer para dar uma saborzinho à mais.



Troca de Blog

Posted by Felipe C. | Posted in | Posted on 08:29

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Pessoal, aos que seguiam o talktomeabout devem ter percebido que o blog estava falido. Berê, Fefa, Hell e Slip estavam bastante ocupados (eu também) e faziam séculos que ninguém postava nada lá. Resolvi então criar o Linguagem Cultural. A proposta é a mesma, falar sobre filmes, séries, livros, animes e outras coisas que eu ver e, se vier ao caso, fazer uma postagem aqui. Abaixo estão alguns posts que eu fiz no talktomeabout que eu considero menos piores. Espero que as meninas e o Slip não fiquem bravos comigo e que gostem do meu novo blog (o layout não ficou lá essas coisa, até porque nunca mexi com Photoshop e relativos). Bem, espero que gostem.

=D

Melody - Quando Brota o Amor

Posted by Felipe C. | Posted in | Posted on 16:12

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O filme "Melody - Quando Brota o Amor" (não sei porque as distribuidoras adoram colocar subtítulos toscos em seus filmes) que teve como roteirista o maravilhoso Alan Parker (A Vida de David Gale, Mississippi em Chamas, Coração Satâncio e Expresso da Meia Noite) e também um elenco pouco conhecido além do diretor ganhador do EMMY (Oh!) Waris Hussein. Rodado na Inglaterra no início da década de 70, tem como personagens principais Daniel (Mark Lester, o Oliver Twist do musical 'Oliver!' ganhador do Oscar de Melhor Filme em 1969) e a linda Melody (a então novata Tracy Hyde) que são garotos de 10 anos de idade, estudam na mesma escola e num certo dia enquanto Melody frequentava as aulas e ballet, Daniel parou em frente a porta e vislumbrou tão bela criatura, quando ela também o viu... foi amor a primeira vista.

A trama é basicamente essa mas não a subestime, tem uma construção fantástica com personagens intensos e cativantes. Daniel tem um colega, Ornshaw (Jack Wild o Artful Dodger do mesmo "Oliver!"), que é um dos maus elementos do colégio, sempre mascando chiclete, quebrando as regras da escola e consequentemente levando suas devidas punições. Estão sempre juntos, as vezes ajudando Daniel a chegar para Melody, as vezes com ciúmes do amigo.

É apresentada uma escola que raramente (acho que nem isso) poderíamos encontrar hoje. Alunos usando as vestes no melhor estilo de "Harry Potter", professores que são respeitados ao pedir silêncio e alunos que levantam quando o mestre ou o diretor entra na sala.

A trilha sonora composta por maravilhosas músicas do Bee Gees dá um toque mais romântico ao filme. Emocionante é ver as crianças se amando de uma forma pura, receando ao pegar um na mão do outro, fazendo aquele passeio no parquinho e na praia. É a própria inocência. Coisa que quase não vemos mais hoje; se você vai numa festa é possível ver crianças de 10 , 11 anos trocando beijos. Cadê a infância?, passam esse período todo querendo ser adultos e quando o são desejam voltar a ser crianças. É um filme bonito, puro e inocente. Impossível não ter um momento de nostalgia. Uma ressalva é que não possui um roteiro bobinho como o do "Meu Primeiro Amor" (sim é aquele do Macaulay Culkin). Esse primeiro trabalho de Parker mostra o talentoso roteirista que viria a ser. Percebe-se também uma alcunha social ao retratar um professor que não responde as perguntas, só passa o "decoreba", fórmulas para decorar datas e fatos; a família dos protagonistas e a de Ornshaw também retratam uma suave crítica.

O mais encantador é quando os dois decidem se casar. É um filme que poderia ficar assistindo o dia todo sem cansar, a história grudará na sua cabeça e os personagens irão te conquistar.
RECOMENDO A TODOS!

Um aperetivozinho (com alguns "kanjis'" mas nada que atrapalhe):

1408

Posted by Felipe C. | Posted in | Posted on 15:45

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Vou falar sobre um autêntico filme de terror: 1408. Baseado num conto homônimo do livro "Tudo é Eventual" do grande mestre do terror Stephen King e brilhantemente dirigido pelo sueco Mikael Håfström. É capaz de imprimir algo que poucos filmes de terror da atualidade conseguem: o medo. Mike Enslin (John Cusack) é um escritor não muito conhecido que passou a escrever sobre locais assombrados. Na verdade ele desmistifica tais locais ao se hospedar em hotéis onde pessoas morreram misteriosamente, ao passar uma noite numa mansão mal - assombrada, etc. Sua intenção é provar que fantasmas não existem, que não há vida após a morte, que o próprio Deus é uma fantasia. Isso teve seu estopim com a morte de sua pequena filha Katie (Jasmine Jessica Anthony) e consequentemente a sua separação matrimonial. O engraçado é que esses livros não fazem nenhum sucesso, o seu melhor foi uma obra composta antes que acontecesse tal tragédia e o conteúdo é totalmente paradoxal ao que escreve.

Voltando ao filme. Tudo isso muda ao receber pelo correio um postal anônimo advertindo-o a não se hospedar no quarto 1408 do hotel Dolphin, uso barato da psicologia reversa. O gerente Gerald Olin (Samuel L. Jackson) faz de tudo para que Mike não coloque o pé no quarto maldito, mostrando fotos, contando estórias das 56 vítimas fatais (fora as que saíram machucada, como a camareira que perde o olho) do 1408. Tudo em vão. Ele não fazia idéia do inferno que sua vida se tornaria quando pisasse no chão do quarto e trancasse a porta que nunca deveria se fechar.

Descobri recentemente que há dois finais para o filme (um oficial e uma provável versão do diretor). Assisti apenas um deles (creio que seja a versão do diretor) e me contaram o outro (acho que é o oficial), a minha opção de melhor desfecho é o que eu vi (versão do diretor).

Håfström conduz o filme de maneira claustrofóbica, principalmente durante a “prisão” de Mike no 1408. A falta de ar pode ser sentida pelo próprio espectador, com a eliminação das janelas, a perseguição nos túbulos de ventilação e até com a tentativa frustrada de chegar a um outro quarto através do beiral. Fora do recinto também é possível perceber tal sensação, através do afogamento e da agonia.

A personagem passa, dentro do quarto, por todos os círculos do inferno descritos por Dante Alighieri na sua “Divina Comédia”. Do mais externo, para onde vão aqueles que morrem e não foram batizados, até o último, gelado, feito das lágrimas dos sofredores.

Uma coisa curiosa é a constante alusão ao número 13. A começar pelo título do filme 1408 (1+4+0+8 = 13) se for contar as letras de “Michael Enslin” também da 13. Dentre várias outras. É curioso lembrar que nos EUA, em geral, por motivos supersticiosos, os hotéis (e relativos) não possuem o 13º andar. Do 12º pula para o 14º. Portanto, tecnicamente, o quarto 1408 ficaria no 13º andar. Paranóia?!

É mais uma adaptação de sucesso do grande mestre que juntamente com “O Iluminado” de Kubrick, “Na Hora da Zona Morta” de Cronenberg, “O Nevoeiro” de Darabont, “O Aprendiz” de Singer e dentre vários outros, atinge o seu objetivo: imprimir o terror e a loucura humana.


Segue o costumeiro (e maneiro!) trailer:

Entrevista com o Vampiro

Posted by Felipe C. | Posted in | Posted on 15:40

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Let's Talk About um filme de VAMPIRO decente: Entrevista com o Vampiro, baseado no livro homônimo de Anne Rice da série "As Crônicas Vampirescas". Esse sim é um livro/filme de vampiros, não Crepúsculo. Como diria o Capitão Obivio "Vampiro macho de verdade no Sol vira cinzas, vampiro de Crepúsculo no Sol vira purpurina!". Mas vamos ao que interessa.

Daniel Malloy (Christian Slater) é um jornalista que num dia se depara com a figura de Louis de Pointe du Lac (Brad Pitt) um vampiro com mais de 200 anos disposto a contar toda sua trajetória de vida (ou morte). Começa então em meados do século XVIII onde era camponês e vivia em Nova Orleans, perdeu sua esposa e filho durante o parto. Entrou então numa profunda depressão, nada mais valia a pena, queria morrer. Seu desejo foi atendido quando conheceu o vampiro Lestat de Lioncourt (Tom Cruise) transformando-o assim num imortal. Louis era um vampiro diferente pois possuia um pouco da alma humana presente no seu corpo, enquanto recusava-se a beber o sangue de pessoas e preferia o de ratos (para eles é considerado carne de terceira com osso), o sanguinário Lestat se esbaldava no sangue dos humanos. Os anos vão passando e Louis se arrepende cada vez mais de ter se tornado um vampiro e culpa constantemente Lestat por isso. Vagam de cidade em cidade país em país para não colocar em risco suas verdadeiras identidades, durante a estadia numa dessas cidades Louis se depara com uma bela menina que teve sua mãe morta por Lestat. Seu nome é Claudia (Kirsten Dunst) e depois de tanto tempo sem se alimentar de sangue humano, Louis acaba caindo na tentação e ataca Claudia involuntariamente. Para que a menina não morra Lestat também a transforma em vampiro. Juntando-se a dupla mostra-se avida por sangue assim como seu transformador porém aparenta ser uma doce e encantadora pessoa como o próprio Louis. Os três então passam por diversas desventuras cheia de morte, mistério, traição, luxúria e pecados.

Pecado é você chamar Crepúsculo de filme de terror com vampiros sem antes provar o verdadeiro sabor dos vampiros. Considero esse filme um dos melhores do gênero juntamente com Drácula de Bram Stoker, se viu Twilight e gostou (OMG!) assista Interview with the Vampire e depois dirá: "Estava perdendo meu tempo!"

Trailer



Coraline e o Mundo Secreto

Posted by Felipe C. | Posted in | Posted on 15:33

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Vamos falar agora de uma animação ÓTIMA! Coraline e o Mundo Secreto o mais novo filme de Henry Selick (diretor de "O Estranho Mundo de Jack") baseado no livro "Coraline" de Neil Gaiman. Foi um dos poucos filmes em que a adaptação ficou tão boa (se não melhor) do que a própria obra.

Possui um enredo no mínimo diferente.
Coraline (nunca a chame de CAroline!) Jones acaba de mudar, juntamente com seus pais, para uma casa um pouco estranha. É enorme, e devido ao seu tamanho foi dividia para que várias pessoas podessem morar. Seus pais são aqueles que estão trabalhando o tempo todo e quase nunca dão atenção para sua filha. Para se divertir explora, seu hobby favorito. Mas num certo dia chuvoso, por sugestão de seu pai (milagre!), a menina começa a explorar o interior da casa. Descobre então uma porta que leva a lugar nenhum, ao abri-la da de cara com uma parede de tijolos. De acordo com sua mãe ela deveria ser daquele jeito devido a divisão da casa, aquela porta levaria a uma outra parte do imóvel. Depois de uma noite com sonhos esquisitos Coraline acorda e abre-a novamente, só que agora o que encontra não é uma parede de tijolos e sim um túnel. Ela atravessa. Nunca devia ter feito isso. Do outro lado encontra um mundo semelhante ao real, mas seus pais estão sempre livres e são atenciosos, os vizinhos não são tão chatos e excêntricos e a comida é BEM melhor. Uma única coisa a intriga, no lugar dos olhos todas as pessoas desse mundo diferente têm botões. Com o tempo Coraline descobre que esse outro mundo não é tão maravilhoso assim, na verdade será o pior lugar em que uma criança na idade de Coraline poderia estar.

A técnica de animação utilizado por Selick é o stop motion, a mesma utilizado em "O Estranho Mundo de Jack" onde os personagens parecem (não só parecem como são) feitos de massinha. O diretor acrescenta alguns detalhes que não estão presentes no livro (como o amigo de Coraline e a cena do jardim) e melhora exponencialmente a versão cinematográfica. É um filme belíssimo apesar de parecer infantil, não recomendaria para crianças muito novas e adultos muito velhos, pois pode assustar aqueles e entediar estes. Carrega a crítica de que os pais tem que ter sempre um tempo para passar com os filhos, pois senão o mundo é que irá passar um tempo com eles, e a segunda opção não é nem um pouco agradável.

Segue o trailer: