Melody - Quando Brota o Amor

Posted by Felipe C. | Posted in | Posted on 16:12




O filme "Melody - Quando Brota o Amor" (não sei porque as distribuidoras adoram colocar subtítulos toscos em seus filmes) que teve como roteirista o maravilhoso Alan Parker (A Vida de David Gale, Mississippi em Chamas, Coração Satâncio e Expresso da Meia Noite) e também um elenco pouco conhecido além do diretor ganhador do EMMY (Oh!) Waris Hussein. Rodado na Inglaterra no início da década de 70, tem como personagens principais Daniel (Mark Lester, o Oliver Twist do musical 'Oliver!' ganhador do Oscar de Melhor Filme em 1969) e a linda Melody (a então novata Tracy Hyde) que são garotos de 10 anos de idade, estudam na mesma escola e num certo dia enquanto Melody frequentava as aulas e ballet, Daniel parou em frente a porta e vislumbrou tão bela criatura, quando ela também o viu... foi amor a primeira vista.

A trama é basicamente essa mas não a subestime, tem uma construção fantástica com personagens intensos e cativantes. Daniel tem um colega, Ornshaw (Jack Wild o Artful Dodger do mesmo "Oliver!"), que é um dos maus elementos do colégio, sempre mascando chiclete, quebrando as regras da escola e consequentemente levando suas devidas punições. Estão sempre juntos, as vezes ajudando Daniel a chegar para Melody, as vezes com ciúmes do amigo.

É apresentada uma escola que raramente (acho que nem isso) poderíamos encontrar hoje. Alunos usando as vestes no melhor estilo de "Harry Potter", professores que são respeitados ao pedir silêncio e alunos que levantam quando o mestre ou o diretor entra na sala.

A trilha sonora composta por maravilhosas músicas do Bee Gees dá um toque mais romântico ao filme. Emocionante é ver as crianças se amando de uma forma pura, receando ao pegar um na mão do outro, fazendo aquele passeio no parquinho e na praia. É a própria inocência. Coisa que quase não vemos mais hoje; se você vai numa festa é possível ver crianças de 10 , 11 anos trocando beijos. Cadê a infância?, passam esse período todo querendo ser adultos e quando o são desejam voltar a ser crianças. É um filme bonito, puro e inocente. Impossível não ter um momento de nostalgia. Uma ressalva é que não possui um roteiro bobinho como o do "Meu Primeiro Amor" (sim é aquele do Macaulay Culkin). Esse primeiro trabalho de Parker mostra o talentoso roteirista que viria a ser. Percebe-se também uma alcunha social ao retratar um professor que não responde as perguntas, só passa o "decoreba", fórmulas para decorar datas e fatos; a família dos protagonistas e a de Ornshaw também retratam uma suave crítica.

O mais encantador é quando os dois decidem se casar. É um filme que poderia ficar assistindo o dia todo sem cansar, a história grudará na sua cabeça e os personagens irão te conquistar.
RECOMENDO A TODOS!

Um aperetivozinho (com alguns "kanjis'" mas nada que atrapalhe):

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