Breaking Bad - 1ª Temporada

Posted by Felipe C. | Posted in , | Posted on 18:56

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"The end justifies the extremes"

O canal americano por assinatura AMC, incialmente, exibia apenas filmes em sua programação. Essa situação só foi mudar radicalmente quando, em 2007, estreiou a, que se tornaria premiadíssima, série "Mad Men" um programa original que, por enquanto, ganhou 4 Globos de Ouro e 9 EMMYs e diversos outros prêmios. Vendo o grande sucesso de um programa original, no ano seguinte a emissora lançou "Breaking Bad" criada por um dos produtores de "The X-Files", Vince Gilligan, nos tráz uma excelente produção estrelada por Bryan Cranston e Aaron Paul.
Nas primeiras cenas do seriado, vemos um homem dirigindo um trailer, usa apenas cueca e uma máscara de gás, ao seu lado está uma outra pessoa inconsciente (ou seria morta?) e coberta de sangue, nos fundos do  trailer dois corpos. O homem acidentalmente sai da estrada principal, no meio do deserto e bate com o veículo no meio de arbustos, desce do trailer, tira a máscara de gás. É possivel ouvir o barulho de sirene sque soam cada vez mais próximo. Faz uma rápida filmagem se desculpando com seus familiares, pega uma pistola e volta para a estrada principal, aponta a arma em direção ao som que está cada vez mais próximo e então começa o flashback.
Walter H. White (perpetuado pela assombrosa atuação de Bryan Cranston) é um cidadão comum da cidade de Albuquerque no Novo México, trabalha como professor de química numa escola local, é casado com Skyler White (Anna Gunn) uma bela mulher e um pouco sistemática, e tem um filho, Walter Junior (RJ Mitte), que foi acometido de parilisia cerebral durante o seu parto e por esse motivo tem dificuldade para andar e falar.
Porém sua vida é transformada radicalmente quando é diagnosticado com câncer de pulmão (apesar de não ser fumante) em estágio extremamente avançado, é informado que tem apenas alguns meses, no máximo uns anos, de vida. Walter, então, se vê numa situação delicada e extremamente acuado: ele é quem traz o sustento para a casa, já que sua esposa não trabalha, seu filho possui limitações delicadas devido à lesão de seu cérebro e logo descobriria que uma menininha estaria a caminho, que Skyler estava grávida.
Como garantir um futuro para sua família com tão pouco tempo de vida lhe restando, e ainda por cima sem uma profissão que lhe rendesse uma boa grana? Em breve uma resposta cairia sobre a sua cabeça.
O cunhado de Walter, Hank (Dean Norris), é um agente da DEA, a Força Administrativa de Narcóticos, que é, basicamente, um órgão da PF americana que lida com o tráfico de narcóticos. Em um dia, Walter se oferece para uma apreensão junto com Hank. Enquanto este e os outros policias se dirigem para a casa do suposto traficante, Walter permanece no carro. É então que ele vê uma pessoa fugindo pela janela do segundo andar, resolve seguí-lo e descobre se tratar de Jesse Pinkman (o hilário Aaron Paul), um de seus antigos alunos. Após uma confrontação direta, Walt descobre que Jesse vende metanfetamina, uma droga que tem a forma de cristal e que age diretamente no sistema nervoso central. Nesse momento ocorre o Breaking Bad, que nada mais é do que algo (nesse caso um alguém) que antes era correto e agora começa a desviar desse caminho. Walt vê na produção de metanfetamina a solução de seus problemas financeiros.
Propõe uma parceria a Jesse: Walt irá porduzir o cristal e Jesse irá vendê-lo. A princípio este não acredita que o velho "careta" irá conseguir produzir a droga, mas isso dura até ele experimentar uma amostra da primeira safra, e o resultado é o melhor possível: nunca foi feita uma meta mais pura naquela região.
Para produzir a droga sem chamar muita atenção, eles compram um trailer e dirigem até o meio deserto da região e lá começam a "cozinhar" o cristal.
Vendem aos poucos, de forma ainda tímida, pois temem os grandes traficantes, mas a ótima qualidade do "produto" acaba atraindo mais compradores e consequentemente mais inimigos. A situação se complica ainda mais quando os antigos compradores de Jesse vão atrás dele e de Walt, e  ambos têm que lidar delicadamente com a situação.
Não vou me prolongar muito mais para não estragar o resto da trama para quem ainda não viu, mas a primeira temporada é basicamente isso, Walt enfrentando seu problema de saúde, iniciando seu tratamento contra o câncer, tentando manter seu mais novo segredo longe de qualquer familiar e experimentando as dificuldades de se tornar um importante traficante nas ruas de Albuquerque.
Uma série bem original, com espisódios que te surpreendem, prendendo  cada vez mais a sua atenção. A primeira temporada é composta por 07 episódios e, de fato, não passa de uma um prólogo, onde conhecemos melhor o mundo pessoal de Walter White e a sua introdução ao mundo da produção e do tráfico de metanfetamina, todo o seu bônus e, principalmente, o ônus que essa atividade pode gerar.
Desde a 1ª temporada Bryan Cranston tem ganhado o EMMY de melhor ator por seu fenomenal trabalho desempenhado na série, desbancando ótimos atores como Hugh Laurie (Dr. House), Michael C. Hall (Dexter) e Jon Hamm (Don Drapper de Mad Men). Esse ano a série foi indicada na categoria de Melhor Série Dramática, Melhor Ator (Bryan Cranston), Melhor Ator Coadjuvante (Aaron Paul), Melhor Direção (Michelle Maxwell MacLaren pelo episódio "One Minute"), Melhor Edição de Câmera, Melhor Fotografia e Melhor Edição de Som.
Quanto ao que acontece após o homem apontar a sua arma em direção ao barulho das sirenes, você terá que assistir o episódio piloto até o fim para descobrir o que aconteceu e o que vai acontecer e, acredite, você vai querer assistir o próximo, e o próximo e o próximo episódio também. Simplesmente fantástico!

The Good Wife - 1ª Temporada

Posted by Felipe C. | Posted in , | Posted on 17:26

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"His scandal. Her story."

Uma das estreias da ultima temporada da CBS, "The Good Wife" é uma série jurídica que mostra a vida de Alicia Florrick (a excepcional Julianna Margulies) uma dona de casa, casada com um importante promotor de Chicago, que tem que voltar a exercer sua antiga profissão, a de advogada, após seu marido ter sido preso por um escândalo público: gastar o dinheiro do contribuinte com prostitutas.
Alicia, então, se vê sozinha tendo que se manter e sustentar seus dois filhos: Zach (Grahan Phillips) e Grace (Makenzie Vega), junatamente com sua sogra, a não tão boazinha Jackie Florrick (Mary Beth Peil). Com ajuda de um antigo colega da faculdade e também antigo amante e namorado, Alicia consegue um emprego numa renomada firma de advogados: Stern, Lockhart & Gardner. Seu "amigo" Will Gardner (Josh Charles) lhe arranja uma vaguinha como associada junior, disputando o seu cargo com um outro associado junior, Cary Agos (Matt Czuzhry), encaixado na empresa pela Diane Lockhart (a ótima Christine Baranski, também conhecida como Beverly Hofstadter em The Big Bang Theory) ambos irão passar por um período de experiência para depois ser decedido qual deles permancerá na advocacia.
Juntado-se ao grupo temos a investigadora particular Kalinda Sharma (muito bem interpretada por Archie Panjab) que está sempre ao lado de Alicia ajudando tanto nos casos da firma como com seus problemas pessoais, apesar de já ter trabalhado para seu marido e ter sido demitida pelo mesmo.
Do outro lado da moeda temos Peter Florrick (Chris Noth) que foi acusado pela promotoria de Count Cook, onde trabalhava posteriormente, de ter desviado dinheiro público para gastar com prostitutas de luxo. Após uma declaração em rede nacional dizendo que contratou sim os serviços de uma garota de programa, mas que não foi feito com dinheiro público, o promotor é preso e toda sua carreira desce por água abaixo.
A série então acompanha o dia-a-dia de Alicia tanto nos casos interessantes e diferentes que são apresentados em cada episódio, como no drama familiar que vive todos os dias, pois apesar de estar plenamente consciente de que foi traída, a protagonista não deseja se separar do marido, para manter uma "estabilidade" mesmo que só aparente em sua vida.
Alicia tem que lidar com os problemas típicos da idade de seus filhos, porém sem a presença de um pai para lhe dar apoio, esses problemas só se acentuam com certas humilhações que as crianças passam na escola devido a má fama recente do Sr. Florrick. Alicia recebe ajuda da sua sogra que apesar de estar ali com boas intenções é um pouco controladora.
Na sua vida profissional, Alicia também enfrenta alguns problemas ao se deparar com os diversos inimigos que seu marido fez durante toda a sua carreira, que tentam, de certa forma, descontar sua raiva e frustração naquela pobre advogada.
Porém, ao contrário do que vocês podem pensar, Alicia consegue, aos poucos, ir sucedendo em seus casos, se mostra uma grande advogada, uma mulher que descobre  a sua independência quando pensava que estava totalmente perdida.
Aí, então, reside mais um ponto abordado pelo drama. A protagonista começa a crescer profissionalmente enquanto seu marido vai se livrando das acusações que pesam sobre ele, aproximando, mesmo que a passos bem lentos, da vida que tinha antes, porém Alicia percebe que não precisa mais ser aquela mulher que vivia escondida na sombra do esposo, passa a "criar" a sua própria vida, uma vida independente. Vai apagando aquela imagem de mulher inocente e ingênua que passava nos primeiros episódios e construindo a personalidade de uma verdadeira advogada.
A trama, em suma, é essa. Temos alguns episódios excepcionais e outros que são bons; ela mantém o nível e ao se aproximar do sesaon finale cada episódio se torna extremamente interessante, com uma cena final de te deixar na expectativa para o segundo ano da série.
Existem tramas paralelas que se desenvolvem durantes os capítulos, como os casos amorosos de Kalinda e a sua possível bissexualidade, a dubiedade amorosa de Alicia, a luta de Peter para se livrar das acusações e promover novamente a sua candidatura a promotor (que tem uma equipe excelente trabalhando às suas costas), a participação do Sr. Stern, que é fundador da firma, mas por certos motivos explicados no decorrer da trama,  se afastou, e inúmeros casos que Alicia e demais advogados representam.
The Good Wife é uma série excepcional que merece ser conferida. Não é como as demais séries jurídicas dos EUA, tem um toque especial, uma originalidade que falta às outras, com raras exceções (como Damages).
Prova disso foram as suas indicações ao EMMY nas categorias de Melhor Série Dramática, Melhor Elenco, Melhor Atriz (Julianna Margulies), Melhor Atriz Coadjuvante (Christine Baranski e Archie Panjabi), Melhor Roteiro (Episódio Piloto), Melhor Ator Convidado (pelo ótimo papel desempenhado por Allan Cuming que é um dos responsáveis na empreitada de "reerguer" a carreira de Peter Florrick, e o não menos sensacional Dylan Baker que aparece em dois episódios da trama como suspeito de um assassinato) e Melhor Figurino. Ano passado Julianna Margulies foi premiada com o Globo de Ouro de Melhor Atriz por sua brilhante performance, derrotando atrizes consagradíssimas em seus papéis, como January Jones, Glenn Close e Kyra Sedgwick.
Se estiverem a procura de alguma série excelente para assistir, agora que Lost chegou ao fim ;P, naõ deixem de ver "The Good Wife"! #fikdik




A Vida dos Outros

Posted by Felipe C. | Posted in | Posted on 10:38

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"In einem System der Macht ist nichts privat"

 Nada passa despercebido pelos ouvidos da Agência Secreta da República Democrática Alemã, nem mesmo os seus segredos mas íntimos. Essa é trama central do filme "A Vida dos Outros" do então pouco conhecido diretor alemão Florian Henckel von Donnersmarck.
O ano é 1984, na Alemanha Oriental ninguém pode esconder seus segredos. Todas as potenciais ameaças são espiadas pela agência secreta da RDA, sem ao menos saber que a sua própria vida está sendo vivida por uma pessoa que lhe é totalmente estranha.
Nós acompanhamos o diretor de teatro Georg Dreyman (vivido por Sebastian Koch) que juntamente com sua namorada, a atriz Christa-Maria Sieland (um ótima trabalho entregue pela atriz Martina Gedeck), apresentam peças pelos tatros da Berlim Oriental. É considerado por muitos um dos maiores dramaturgos do país e até mesmo um cidadão modelo, uma vez que é um dos poucos que não contesta e nem se opõe, abertamente, ao regime totalitátio do lado leste da Alemanha.
Mesmo com essas vantagens, os ministro Bruno Hempf (Thomas Thieme) decide investigar a sua vida para saber se esconde algum segredo. Designa para tal missão Anton Grubitz (Ulrich Tukur) que por sua vez manda seu subordinado, Gerd Weisler (um dos últimos trabalhos do sensacional Ulrich Mühe), tomar conta do caso.
Escutas são instaladas por toda a casa do diretor. Sua vida é monitorada 24 horas por dia, os acontecimentos mais relevantes são datilografados em uma folha. O agente Weisler começa, então, a viver uma vida que não é a dele.
Ao analisarmos a película temos uma leve noção de como é a vida sob um regime opressivo. Algo que foi experinciado no leste europeu durante quase toda metade do final do século XX, no  Brasil durante o período da ditadura militar, na Venezuela de Hugo Chávez e em vários países da África, ainda hoje. São governos que "desconhecem" os direitos humanos e fazem tudo oque estiver ao seu alcance para se manter no poder.
No filme, o que fica mais evidente é a supressão da liberdade. Dreyman é vigiado o tempo todo. dia após dia, até mesmo a sua vida sexual é exposta nas anotações de Weisler. Cada movimento é percebido, cada fala é interpretada, sua liberdade é controlada, a fim de estabilizar uma ameaça que nem ao menos existe.
Outro ponto mostrado logo nos primeiro minutos de projeção é a tortura. Para descobrir informações que conviessem com a necessidade do governo, usavam da tortura, nesse caso, a privação do sono, para conseguir uma confissão.
Nos deparamos o tempo todo com chantagens, privações, agressões e viloações, condenando pessoas em prol de um governo autoritário que não media esforços para continuar a dirigir o país rumo ao "desenvolvimento", à "glória".
Gerd Weisler começa, aos poucos, a viver a sua própria vida, percebendo, assim, a falta de humanidade impressa em todo aquele esquema. Vai tentando consertar seus erros e devolver à normalidade a vida de Dreyman.
É um filme com um roteiro inteligente, fazendo com que nós, espectadores, nos sintamos tanto na pele de Gerog como na de Gerd, é a liberdade que está em jogo, os direito de cada cidadão da Alemanha Oriental naquele insípido outono de 1984.