You don't get to 500 million friends without making a few enemies.
Será que alguém ainda acessa isso aqui?!
Com seis indicações ao Globo de Ouro, certamente um dos grandes nomes para o Oscar 2011, além de ter conquistado diversos prêmios em diversos festivais de cinema,
A Rede Social (The Social Network, EUA, 2010) o mais novo filme de
David Fincher (
Se7en,
Clube da Luta) tem se firmado entre a crítica como um dos melhores filmes do ano. Não há como negar que Fincher faz aqui um incrível trabalho, talvez seu melhor desde "
Clube da Luta", uma produção muito bem feita, com um ótimo elenco, um desenrolar da história fantástico (o roteiro é um dos pontos mais fortes do filme), uma
trilha sonora encantadora e efeitos técnicos impecáveis; uma película, que pelo conjunto da obra, não merece menos que um ótimo.
Apesar de todos os pontos positivos que mencionei, e vai parecer um pouco parodaxal, o filme não é essa "coca-cola" que tem sido pregada pela crítica e premiações, como, por exemplo, os cinco prêmios (de um total de cinco indicações) que o filme levou no Boston Society of Film Critics.
De uma forma geral o filme é excepcional, como já havia dito, porém, em certas particularidades, existem outros com maior potencial.
Só quero deixar claro que o filme faz juz sim a todos os prêmios ao qual foi indicado, só não faz juz a algumas vitórias observando-se a concorrência.
Como muitos devem saber, "A Rede Social" conta a conturbada história da criação do mais famoso e utilizado site de relacionamentos existente: o
Facebook.Tudo começa numa noite em
Harvard, após levar um "pé-na-bunda" da namorda Erica Albright (
Rooney Mara), Mark Zuckerberg (
Jesse Eisenberg) pega os perfis das universitárias e monta uma competição virtual, onde será escolhida a mais gostosa de Harvard. O servidor da universidade fica tão congestionado, devido aos acessos, que acaba caindo. O feito do jovem Zuckerberg, além de lhe proporcionar uma suspensão e uma quase expulsão, atrai os olhares dos irmãos Winklevoss (
Armie Hammer). Afim de criar um site de relacionamento, eles propõem a Mark a sua ideia: uma
webpage exclusiva para os estudantes de Harvard, onde os alunos pudessem se relacionar através da criação de perfis com compartilhamento de fotos, interesses, além de poder contar em tempo real as suas experiência e emoções na faculdade.
Com a genialidade de um
geek e uma ótima ideia na cabeça, Zuckerberg parte para a criação do que, algum tempo depois, se tornaria o maior e mais conhecido site de relacionamento do mundo: o
Facebook.
Contudo, Mark teve que enfrentar uma série de tramites na justiça, a começar pelos irmãos Winklevoss que o processaram por roubo de propriedade intelectual, uma vez que a ideia original do
Facebook foi deles, e Zuckerberg praticamente se apropriou dela sem lhes dar o devido crédito. Outro processo que levou nas costas foi o que, seu então, melhor amigo, Eduardo Saverin (
Andrew Garfield), lhe moveu, já que este também participou na criação e desenvolvimento da
webpage, porém, no decorrer do crescimento do site, alguns desentendimentos foram motivos para colocar os amigos frente a frente em um tribunal.
O filme conta desde a criação do
Facebook, passando pela expansão e culminando com final do julgamento. A história mistura a narração típica de filmes em terceira pessoa com partes narradas pelos personagens principais diante da Corte.
Outra participação que vale destacar é a de
Justin Timberlake como Sean Parker, um dos fundadores do Napster, que também foi um dos responsáveis pela divulgação e popularização do
Facebook em
Stanford e em parte da Califórnia, sendo também um dos pivôs da briga entre Zuckerberg e Saverin.
Como já mencionei, o filme é uma produção muito bem feita, tendo o roteiro e a
trilha sonora (lindamente composta e conduzida, além de genialmente encaixada nos momentos certos da película, pelos poucos conhecidos
Trent Reznor e
Atticus Ross) como seus pontos altos.
Aaron Sorkin soube aproveitar muito bem a obra de
Mezrich, criando um roteiro que não deixa de lado o "nerdismo" dos personagens, ou seja, não os descaracterizando, porém não direciona o filme especificamente para o público
geek, o conduz de uma maneira que, mesmo os menos familiares com esse mundo, possam entender o que está passando na tela sem muita dificuldade.
Um excelente roteiro aliado à direção segura e experiente de Fincher, conjuntamente com um elenco fantástico e uma equipe técnica eficiente, nos propiciaram um dos melhores filmes do ano, porém sem exageros como tem sido recebido pela crítica e festivais.
É provável que o filme leve a premiação principal tanto no Globo de Ouro como no Oscar, ou pelo menos na direção, já que Fincher é considerado um dos melhores cineastas da atualidade e talvez a Academia lhe conceda o prêmio mais pelo conjunto de suas obras do que pelo filme em si. Contudo, a minha torcida vai para outro filme, não é mesmo,
Aronofsky?
Fica aqui o trailer, um dos melhores do ano: