Burlesque

Posted by Felipe C. | Posted in , | Posted on 06:27

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"Alice, hm? Well, welcome to Wonderland."


Os últimos dois anos têm sido um fiasco para a produção de musicais em Hollywood. Em 2009 tivemos o flopado "Nine", uma readaptação do clássico "8½" de Fellini, dirigido pelo diretor de outro grande musical, "Chicago", porém não foi muito bem recebido pelo público e muito menos pela crítica. Ano passado tivemos "Burlesque" (Idem, EUA, 2010), um filme cheio estrelas, mas que não passa de um amontoado de clichês.
Alice (o primeiro papel no cinema de Christina Aguilera) é uma garçonete que vive numa pequena cidade no interior do Iowa e decide ir atrás de seu sonho: se mudar para Las Vegas para poder se tornar uma cantora, apresentando-se em inúmeras casas de shows que têm por lá.
Nessa sua procura é que a moça se depara com o decadente Burlesque, comandado a mão de ferro por Tess (Cher) e que, aos poucos, está afundando em dívidas.
Num primeiro momento, ninguém botava muita fé na menina, começou a trabalhar na casa noturna apenas como garçonete graças a ajuda de Jack (Cam Gigandet), um barman que ela acreditava ser gay, mas que depois se mostrou totalmente o oposto.
Com o passar dos dias, Ali se torna cada vez mais obstinada a subir no palco e se apresentar com as demais dançarinas do Burlesque. Pratica vários números da Broadway, e de tanto insistir, Tess acaba lhe dando uma chance, acreditando, é claro, que estará perdendo seu tempo. Ali, obviamente, arrasa fazendo a performance de "Wagon Wheel Watusi" e consegue uma vaguinha como a mais nova dançarina da casa.
Como disse anteriormente, o sonho de Alice era cantar e não dançar, e no Burlesque a única coisa que canta, além de Tess, é o playback. Quando a garota sugere uma cantoria de verdade para sua chefe, essa recusa a ideia na hora. Isso até Nikki (Kristen Bell), tomada pela inveja de ver Ali pegando o seu lugar de destaque, tenta sabotar uma apresentação de "Tough Lover" e o tiro acaba saindo pela culatra, Ali tem a oportunidade de mostrar seu vozeirão, em uma das melhores cenas do filme, e acaba se tornando a estrela principal do Burlesque. Agora, Tess vê uma luz no fim do túnel, uma oportunidade de liquidar suas dívidas sem ter que vender o clube para Marcus (Eric Dane) que planeja demolí-lo para construir um arranha-céus já que o local tem uma das melhores vistas de Vegas.
É possível ver que a história é a mesma de vários outros filmes, portanto o roteiro não é, nem de longe, seu ponto forte. No quesito atuações, Christina só se sobressai enquanto canta; a Tess de Cher está longe de chegar aos pés de Loretta Castorini, mas também não faz jus à indicação ao Framboesa de Ouro; não consegui ver muita diferença entre Sean e Nigel (ambos vividos por Stanley Tucci), Cam Gigandet é um simples bonitão colocado na história para fazer par com a protagonista e Eric Dane faz um papel tremedamente canastrão. Kristen Bell e Alan Cumming que são dois grandes atores também não foram muito bem utilizados no desenvolver da película.
Então, no que o filme se sobressai? As apresentações musicais conjuntamente com as coreografias são excelentes, os números de "Burlesque" são ótimos! Bem montados, ensaiados e executados. O figurino e a direção de arte também se  destacam, sem falar, é claro, nas canções: Cher arrasa cantando "You Haven't Seen the Last of me" e Christina manda muito bem em "Bound to You".
Apesar de ter roubado a vaga de algum filme de comédia na categoria principal do Globo de Ouro,  certamente mereceu as duas indicações de "Melhor Canção", contudo o Oscar não quis dar nem esse gostinho ao filme, apesar de merecer (já que as canções de "Toy Story 3" e "Country Strong" não são tão boas assim).
Depois de "Hairspray", "Chicago", "Moulin Rouge", "Sweeney Todd", "Cabaret", "Hair", "Grease", "Amor, Sublime Amor", "Mary Poppins", "A Noviça Rebelde", "Cantando na Chuva" e inúmeros outros, é... parece que não se fazem mais musicais como antigamente.




A Sétima Alma

Posted by Felipe C. | Posted in , | Posted on 16:09

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"Only one has the power to save their souls"

Não há muito do que se falar dos filmes de terror feitos nos EUA nos últimos tempos. Não sei se todas as ideias boas se esgotaram, ou se há preguiça em desenvolver um roteiro mais sofisticado e elaborado, ou simplesmente é a pressa de produzir qualquer porcaria para poder ganhar dinheiro. Não que A Sétima Alma (My Soul to Take, EUA, 2010) seja aquele filme ruim do doer, mas esperava mais de uma película com o nome de Wes Craven na direção e no roteiro. "Pânico","A Hora do Pesadelo", "Quadrilha de Sádicos" e "Aniversário Macabro", além de uns ótimos episódios de "Além da Imaginação", são algumas das obra-primas deste expoente do cinema de terror e suspense. Contudo, o seu mais novo filme não tem nenhuma ambição, apesar de sua boa premissa,  tem um roteiro mediano, diálogos bobinhos e alguns clichês.
Um "serial killer", com múltiplas personalidades, aterrorizou a cidade de Riverton. Na noite de sua morte sete crianças nasceram e uma lenda foi criada: o assassino jurou que voltaria para matar aos sete que nasceram no dia de sua morte, desde então, as sete crianças, neste dia tão especial e tão macabro, têm que "matar" o assassino novamente para ele não levar suas almas uma por uma.
No dia do 16º aniversário de morte do "serial killer" a polícia interrompe a ritual, Adam "Bug" Heller (Max Thieriot) não consegue "matar" o assassino. É então que os sete começam a desaparecer e a reaparecer mortos, eles têm até o final do dia de seus aniversários para parar quem quer que esteja cometendo os assassinatos, antes que todos estejam mortos. Mas nem tudo é o que parece ser, existem segredos ocultos que podem mudar o jogo.
Como eu disse, a premissa é interessante, porém mal executada. Alguns momentos até chegam a empolgar, mas logo somos frustrados por alguns clichês bem bobos. Se prestar atenção, tem como pegar os "segredos" no ar.
Caso comparemos com outros filmes de "terror" que têm saido nos últimos anos, em especial certos remakes e produções do Sr. Michael Bay, dá até para dizer que "A Sétima Alma" é um bom filme, mas se pegarmos o Sr. Craven em sua melhor forma, bem... lixo total.
Não vou dizer que é uma perda total de tempo, pois até dá para se divertir com o filme, mas se tiver outras opções melhores... agora, caso tenha que escolher entre o remake de "A Hora do Pesadelo" e "A Sétima Alma", fique com o segundo, sem nem pensar duas vezes. Contudo, existe vida além dos EUA, alguns filmes de terror, principalmente os japoneses e coreanos, dão medo MESMO, como "Ringu", "Janghwa, Hongryeon", "Ju-On" e "Bakjwi".Não é dificil achar um filme que faça gelar o sangue, basta procurar.